Vamos nessa!
As coisas, os lugares, a gente. O qye vale é o durante. O que fica? Para nós, a lembrança.
Dia 3 de janeiro minha mãe fez 73 anos.
Eu estava trabalhando nesse dia. e não pude ir abraçá-la.
Uma pessoa foi bleada no meu serviço!
À noite, um forte temporal caiu em Charqueadas.
Faltou luz, casas foram destelhadas, ruas e casas foram alagadas.
Dia 3 de janeiro minha mãe fez 73 anos.
Ela é uma sobrevivente!
Essa imagem acima já está manjada, mas nãio superada, pois se renova todo ano. Um ano muito agitado o de 2016, mais que o de costume.
Que em 2017 nos unamos cada vez mais a fim de garantir nossos direitos enquanto cidadãos assalariados.
Amor, saúde e paz para todos em 2017!
19 de dezembro de 2016, segunda-feira, Praça da Matriz, Porto Alegre, 14 horas - Servidores públicos estaduais se enfrentam, separados por uma cerca de metal entrelaçada por cabos de aço. Os verdadeiros adversários observam "de camarote" e de terno e gravata, das janelas dos palácios Farroupilha, à frente, e Piratini, do outro lado da praça.
Ambos os contendedores estão na mesma situação: vítimas do pacotaço do governo caloteiro que, à toque de caixa, o enviou como presente grego de Natal, retirando-lhas direitos, dinheiro e empregos. De um lado, servidores fardados; de outro, penitenciários, professores, funcionários de estatais a serem extintas e alguns poucos policiais civis.
A cerca é forçada e, parte dela, rompe. A parte que sobra é defendida pela tropa de choque da BM com gás, enquanto essa é, em revide, atingida por uma série de disparos de fogos de artifício do tipo 12 tiros e 1 rojão. Maldito gás! Arde no olho. Mas não coçe! Não coloque água. Só um vinagre, se tiver à mão (os camelôs tem para vender, ali). Sobretudo, não respire. Prenda a respiração e se afaste rápido do local. Não seja tolo de enfretá-lo, o maldito gás.
O vento, que sopra do Teatro São Pedro para o Palácio Piratini, espalha o maldito gás. Vento canalha! Comparsa! E essa é justo a direção para onde os manifestantes evadem. Nas escadarias da Catedral Metropolitana, ainda se sente de leve os efeitos do maldito gás. Depois de alguns minutos, os manifestantes, renitentes e perseverantes, voltam para a praça e para junto da cerca.
A cena se repetiria naquela tarde por mais duas ou três vezes, uma delas mesmo sob a chuva errática que, em determinado momento, resolveu mostrar seu vigor. Sempre o mesmo script: cerca e gás, fuga e retorno. Algumas balas de borrahca e pedras também aparecem.
Segunda-feira foi um dia de luta. Um grande dia. Sem baixas em ambos os lados (o mesmo lado). A não ser olhos e gargantas ardendo e ouvidos, por certo, zunindo. Dia ganho.
Terça-feira tem de novo!
PS - Um rapaz saiu da AL ontem, passando por servidores que protestavam, filmando-os e chamando-os de idiotas, ou coisa parecida. Essa é a mentalidade dessa gente? Era alto e magro. Correu. Ainda bem que não o pegaram. Provocador estúpido.