Se eu morasse em POA, votaria no MELO, mesmo sendo ele do PMDB. Explico: o PDT tem a vice na chapa e é um partido que votou contra a terceirização, contra a entrega do petróleo e contra a PEC 241. Redução de danos: votar no carcereiro.
A outra chapa é PSDB PP, sãs os carrascos. E sobreviver é preciso.
Qualquer possível aliança futura deve ser considerada no momento, face a gravidade do mesmo com as votações no Congresso Nacional (congelamento da saúde, educação e salário mínimo e reformas da Previdência e CLT). Não concordo com a opção das esquerdas em defender voto nulo, embora entenda o motivo. Acho que a abstenção seria a melhor alternativa.
Todavia, como eleitor e de esquerda, não daria um voto nulo nesse caso. Outra coisa seria fazer campanha ou apoiar, sem chance, mas votar nulo, necas.
Estive nos últimos dias de setembro em Pinto Bandeiro, bela cidade da Serra Gaúcha, dando uma força para o prefeito João Pizzio, grande amigo dos tempos em que ele morava em São Jerônimo e vinha muito aqui por Charqueadas. Orgulha a gente ver o nível político em que ele se encontra.
Tudo de bom pra ele nesse domingo!
"PINTO BANDEIRA – O jeronimense João Feliciano Pizzio está concorrendo à reeleição no município de Pinto Bandeira, na região da Serra Gaúcha. Pizzio foi figura central, como advogado, para a emancipação do município, em 2010, virando notícia na imprensa estadual e sendo eleito como candidato único o primeiro prefeito da cidade, em 2012. Um bom final de campanha para o Joãozinho das Acácias" - publicação do jornal Portal de Notícias.
Causa estranhamento sair para votar às 07h30min da manhã e ver a esquina do Tiradentes, a nossa "esquina democrática", vazia. Desde 1986 votava naquele local, a zona política nobre da cidade, sempre catalisadora de grande movimento eleitoral de candidatos, militantes, apoiadores, apreciantes e curiosos. As urnas dali foram divididas entre as escolas Nicácio Machado, onde votei, e Henri Duplan.
Acho que as pessoas que votavam no Sesi e que agora foram para a escola Cruz de Malta devem ter sentido o mesmo estranhamento. O largo do Sesi é um local igualmente privilegiado da cidade em eleições, tanto para os comícios quanto para o dia da votação.
Nós vamos criando uma relação com esses espaços públicos, não é mesmo? Memórias, hábitos, socialização, pequenos prazeres... Tudo se transforma e os indivíduos tem de se adatar.
Hoje pela manhã, no centro, em frente ao Supermercado Bonatto, fui entrevistado numa pesquisa eleitoral para Charqueadas. Estava caminhando pela calçada e uma senhora que eu não conhecia me abordou:
- Bom dia, posso lhe entrevistar para uma pesquisa?
- Claro. Adoro responder pesquisa!
[É a segunda vez que sou pesquisado na vida. A outra foi em Charqueadas mesmo, pelo Ibope, em agosto de 2013, sobre o que eu achava das manifestações e sobre os governos Tarso e Dilma.]
- Quem o senhor acha que vai ganhar as eleições para prefeito?
[Ela mostrou-me um disco com os nomes dos três candidatos e dos vices.]
- Ah, não sei. Quer mentir, fale de política, não é mesmo?
Ela sorriu e marcou "indeciso".
- Em quem o senhor votará para prefeito?
- Em "fulano" - respondi, apontando para o nome no disco.
- Em qual dos candidatos o senhor não votaria?
- Votaria em qualquer um deles.
- Mas um em particular em que o senhor não votaria de jeito nenhum?
- Ah, não sei. Estou votando em "fulano" assim como poderia estar votando num dos outros, Não rejeito nenhum deles, só acho "fulano" o melhor.
[Ela ficou meio sem ação com minha resposta. Acho que não tinha a opção na pesquisa. Ela anotou algo, tipo "não sabe" ou "indeciso", não deu pra ver direito.]
- Em quem o senhor vai votar para vereador?
- Em "sicrano" - respondi.
[Ela anotou e agradedceu. Rapidinho. Nem perguntou minha renda, escolaridade, idade ou profissão, que são os recortes que geralmente se faz numa pesquisa.]
Tempos atrás, no primeiro governo de Jaime Guedes (1997-2000), então PT, que polêmica era esse lance de desfile na Semana na Pátria, lembram? A prefeitura fez atividades nas escolas num ano e deu uma briga daquelas, até projeto na Câmara de Vereadores tornando obrigatório o desfile foi aprovado.
Agora não tem desfile e nem outra atividade e ninguém reclama. A politica é muito dinâmica mesmo. Eu, de minha parte, nunca apreciei desfile marcial, preferia uma outra atividade cívica para marcar a data.