Neste Carnaval resolvi rever a minissérie baseada no livro de Guimarães Rosa e dirigida por Walter Avancini. Foi veiculada pela Globo entre 18 de novembro a 20 de dezembro de 1985, o ponto alto da comemoração dos vinte anos da emissora. À época, não perdi nenhum episódio. Anos depois, minha esposa me presenteou com o DVD (foto abaixo), um dos melhores presentes que ela já me deu.
Avancini fez um trabalho excelente, um dos pontos altos da produção televisiva nacional essa série. O livro de Rosa, nem precisa falar, é superlativo em todos os sentidos, talvez a obra mais densa da literatura brasileira.
Eu recomendo à todos. Tal qual o livro, o DVD tem um ritmo lento, mas profundo. DVD e livro pra gente grande interessada na amplitude da alma e da vida humana.
Já fiz uma canção, depois de ler o livro, tempos atrás. Vai a letra:
RIOBALDO
La no sertão dos Gerais
brilham estrelas afins
rio que corre de amar
pelas veredas sem fim.
Por uma amor em disputa
com essa guerra ruim
"- Pois sem você minha lua
o que é que vai ser de mim?"
Diadorim, Diadorim...
"- Nesse verde tão vivo
que é espelho do mato
encontrei meu abrigo
um amor assim tão de fato."
"- Vamo s'imbora pra longe
pra onde o ódio não nasce
pra eu poder ficar mirando
a cor do amor na tua face."
Diadorim, Diadorim...
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Volta ao batente!
Se Lula é o 4 dedos, Jair Bolsonaro é o 4 votos. Mas não se iludam: assim como a mão mutilada de Lula o qualifica junto ao povo, esses 4 votos de Bolsonaro o credenciam junto ao seu eleitorado.
Num Congresso desses, fazer apenas 4 votos é sinal de não estar no mesmo time "desses que estão aí", inclusive os do seu partido, o PSC, quem uma bancada de 10 parlamentares. Isso também vale para Luiza Erundina, que vez 10 votos, só que ultrapassando os 6 da bancada do PSol.
Entretanto, só se Bolsonaro construir um partido para chamar de seu, assim como o PSol fez, poderemos ver o real poder de fogo político-eleitoral da extrema-direita no Brasil. Creio que ele supera os 5% de votos e pode chegar até 10%, superando a extrema-esquerda e ficando abaixo do centro, da esquerda e da direita. Bolsonaro, atentem, tem mais viabilidade eleitoral que Temer, mesmo não tendo um partido por trás.
Por outro lado, preocupante foi a votação do deputado André Figueiredo (PDT). Apoiado pelos partidos de oposição e que foram leais à presidente Dilma (com excessão do PCdoB - 12 deputados), fez apenas 59 votos, ficando em terceiro lugar. Não buscou os 83 votos das bancadas que o apoiaram: PT (58), PDT (21) e Rede (4). Levando-se em conta que esses partidos são os contrários as reformas previdenciária e trabalhista, o povão fique atento, pois o mar está para tubarão que come peixe (e gente)...
Essa foto acima é de agosto ou setembro de 1990, no antigo Postaço de Charqueadas (na ERS 401, perto do Ponto dos Caminhoneiros), quando Lula esteve em Charqueadas no ato contra a presidência da Aços Finos Piratini, atual Gerdau.
Estão nela Almerindo Guterres, Tarso Genro (ao fundo, saindo do WC), Afre Rodrigues (saudoso), eu, Lula, Daltro Ferraz e um pessoa que não conheço. Na época, eu era um ativo militante político-partidário. Lembro do que o Lula falou no momento, para os jornalistas que fotografavam:
- Mostra bem, que é para o Brizola dizer que é cachaça.
Era água. Brizola seria vice de Lula em 1998, quando montaram chapa para a presidência.
Hoje vi a notícia da morte cerebral da esposa do Lula, Marisa Letícia. Na atual circunstância, nesses tempos de esfervescência política é ódios de classe, uma morte dolorida e polêmica.
Eu só queria dar os pêsames ao Lula e a família dele, nesse momento.
Ao entardecer de 25 de janeiro de 1912, era inaugurado o primeiro farol da praia de Torres, no Rio Grande do Sul, sobre o morro conhecido, atualmente, como Morro do Farol. O farol de ferro assentado em base de alvenaria, importado da França (*), durou até 1928, quando os efeitos da corrosão do metal impossibilitaram sua manutenção. Outros três faóis já ocuparam o morro até hoje.
Sua construção iniciou em julho de 1911, pela Construtora James Magnus & Cia, do Rio de Janeiro. O responsável da empresa pela obra foi o senhor José Costa, enquanto o fiscal do governo brasileiro era o mecânico da Diretoria de Farois Alfredo Kurt Schulz, que esteve no local de 17 de outubro de 1911 a 1º de fevereiro de 1912. De seu relatório, entregue em 3 maio de 1912 à Superintendência de Portos e Contas, no Rio de Janeiro, provém as maiores informações sobre a construção do Farol de Torres;
O farol possuía 10 metros e era pintado "com a tinta de cor roxo-terra de tonalidade intermediária, emtre o rubro muito vermelho e o violáceo" (Venturella, 2006, p. 56) e era do tipo "Torres Mitchell", sendo construídos 22 farois desse modelo no Brasil de 1851 a 1916.
O aparelho luminoso era "Lentes de Fresnel', que até hoje é utilizado em diversos farois pelo mundo. O aparelho de Torres era considerado de terceira ordem, numa escala, à epoca, de seis ordens, sendo a primeira ordem a maior.. Ficava ligado por 12 horas, do anoitecer ao amanhecer, consumindo de 6,5 a 7 litros de querosene no período. "Sua luz alternada, projetada a uma altitude de 53 metros acima do nível do mar, tinha o alcance de 19 milhas náuticas de distãncia (35km)'"(Venturella, 2006, p. 68).
(*) - Comprado em 23 de maio de 1908 da fábrica BarbierBénard & Turenne sob o código de fabricação nº 61 36.
Referência:
VENTURELLA, Roberto. A história do farol de Torres. Porto Alegre: AGE, 2006.
PS - Nessa data, também estaria completando 105 anos Nair José Guerreiro, minha tia-avó. Ela falaceu em novembro de 2013, aos 101 anos e 10 meses de vida. Superou a existência de três farois!