Hoje pela manhã, no centro, em frente ao Supermercado Bonatto, fui entrevistado numa pesquisa eleitoral para Charqueadas. Estava caminhando pela calçada e uma senhora que eu não conhecia me abordou:
- Bom dia, posso lhe entrevistar para uma pesquisa?
- Claro. Adoro responder pesquisa!
[É a segunda vez que sou pesquisado na vida. A outra foi em Charqueadas mesmo, pelo Ibope, em agosto de 2013, sobre o que eu achava das manifestações e sobre os governos Tarso e Dilma.]
- Quem o senhor acha que vai ganhar as eleições para prefeito?
[Ela mostrou-me um disco com os nomes dos três candidatos e dos vices.]
- Ah, não sei. Quer mentir, fale de política, não é mesmo?
Ela sorriu e marcou "indeciso".
- Em quem o senhor votará para prefeito?
- Em "fulano" - respondi, apontando para o nome no disco.
- Em qual dos candidatos o senhor não votaria?
- Votaria em qualquer um deles.
- Mas um em particular em que o senhor não votaria de jeito nenhum?
- Ah, não sei. Estou votando em "fulano" assim como poderia estar votando num dos outros, Não rejeito nenhum deles, só acho "fulano" o melhor.
[Ela ficou meio sem ação com minha resposta. Acho que não tinha a opção na pesquisa. Ela anotou algo, tipo "não sabe" ou "indeciso", não deu pra ver direito.]
- Em quem o senhor vai votar para vereador?
- Em "sicrano" - respondi.
[Ela anotou e agradedceu. Rapidinho. Nem perguntou minha renda, escolaridade, idade ou profissão, que são os recortes que geralmente se faz numa pesquisa.]
Tempos atrás, no primeiro governo de Jaime Guedes (1997-2000), então PT, que polêmica era esse lance de desfile na Semana na Pátria, lembram? A prefeitura fez atividades nas escolas num ano e deu uma briga daquelas, até projeto na Câmara de Vereadores tornando obrigatório o desfile foi aprovado.
Agora não tem desfile e nem outra atividade e ninguém reclama. A politica é muito dinâmica mesmo. Eu, de minha parte, nunca apreciei desfile marcial, preferia uma outra atividade cívica para marcar a data.
Vi recentemente o filme A Travessia, de Robert Zemeckis, que retrata um fato ocorrido em 6 de agosto de 1974, quando o equilibrista francês Philippe Petit, então com 24 anos, estendeu sem autorização um cabo de aço entra os 43 metros do vão entre as Torres Gêmeas de Nova York e realizou a travessia.
Muito bom esse filme. Está nas locadoreas, em DVD e Blu-ray. Recomendo.
Nada como ir passar o final de semana num lugar legal e ver que tem um show marcado para lá. Foi o que ocorreu comigo na noite de ontem, ao assistir Dante Ramon Ledesma na Pizzaria Panzerotti, em Torres/RS.
A pizzaria não estava lotada, contudo, quem foi aplaudiu e se emocionou. Dante está com a saúde frágil, teve de ser auxiliado para subir ao palco assumir o bumbo leguero e a voz: logo no início, já falou sobre o AVC hemorrágico que teve há dois anos, informando que passou cinco dias em coma, dezessete na UTI e mais de um mês hospitalizado. O braço e a perna esquerdas praticamente sem movimentos foi a sequela. A voz perdeu muito pouco da força original. Ele disse estar agradecido a Deus por ainda poder estar ali, levando sua arte adiante.
Acompanhado de seu filho Maximiliano Ledesma na voz e violão e pelo ótimo violonista Gilmar Varela, executou seu repertório conhecido, de canções socialmente engajadas, sempre conversando com o público. Aí é o que continua sendo seu traço artístico fundamental: palavras nunca vãs, repletas de sabedoria tanto social quanto de vida, sendo um cantor com imposição moral, intelectual e artística sobre o público. Só quem já foi a um show de Dante para entender porque eu utilizo essas três palavras para definir sua presença de palco.
Como, por exemplo, quando homenageia as professoras ao cantar Mercedita, contando a história de uma professora de educação popular argentina. Ao interpretar Guri, fala sobre a importância da família. Em Canto Alegretense, lembra de Antônio Augusto Fagundes, destacando a figura humana sem par que faleceu há exatamente um ano: quando chegou ao Rio Grande do Sul, queriam impedir que ele se apresentasse nos festivais nativistas devido ao seu sotaque, que "descaracterizaria" a cultura gaúcha. Fagundes o chamou para uma conversa e disse que renunciaria à presidência do IGF, mas que não assinaria uma determinação dessas.
E assim foi por toda a apresentação, a cada canção, aplaudidas com visíveis admiração e respeito pelo público presente. Uma noite para não se esquecer jamais. Aprendi muito nesse dia, recebendo um belo presente de aniversário. Grande Dante Ramon Ledesma, valeu muito tê-lo assistido ontem, obrigado mesmo, de verdade.
Hoje à noite ele se apresentará novamente na Panzerotti.
..."cordeona com violão"...