Essa imagem acima já está manjada, mas nãio superada, pois se renova todo ano. Um ano muito agitado o de 2016, mais que o de costume.
Que em 2017 nos unamos cada vez mais a fim de garantir nossos direitos enquanto cidadãos assalariados.
Amor, saúde e paz para todos em 2017!
19 de dezembro de 2016, segunda-feira, Praça da Matriz, Porto Alegre, 14 horas - Servidores públicos estaduais se enfrentam, separados por uma cerca de metal entrelaçada por cabos de aço. Os verdadeiros adversários observam "de camarote" e de terno e gravata, das janelas dos palácios Farroupilha, à frente, e Piratini, do outro lado da praça.
Ambos os contendedores estão na mesma situação: vítimas do pacotaço do governo caloteiro que, à toque de caixa, o enviou como presente grego de Natal, retirando-lhas direitos, dinheiro e empregos. De um lado, servidores fardados; de outro, penitenciários, professores, funcionários de estatais a serem extintas e alguns poucos policiais civis.
A cerca é forçada e, parte dela, rompe. A parte que sobra é defendida pela tropa de choque da BM com gás, enquanto essa é, em revide, atingida por uma série de disparos de fogos de artifício do tipo 12 tiros e 1 rojão. Maldito gás! Arde no olho. Mas não coçe! Não coloque água. Só um vinagre, se tiver à mão (os camelôs tem para vender, ali). Sobretudo, não respire. Prenda a respiração e se afaste rápido do local. Não seja tolo de enfretá-lo, o maldito gás.
O vento, que sopra do Teatro São Pedro para o Palácio Piratini, espalha o maldito gás. Vento canalha! Comparsa! E essa é justo a direção para onde os manifestantes evadem. Nas escadarias da Catedral Metropolitana, ainda se sente de leve os efeitos do maldito gás. Depois de alguns minutos, os manifestantes, renitentes e perseverantes, voltam para a praça e para junto da cerca.
A cena se repetiria naquela tarde por mais duas ou três vezes, uma delas mesmo sob a chuva errática que, em determinado momento, resolveu mostrar seu vigor. Sempre o mesmo script: cerca e gás, fuga e retorno. Algumas balas de borrahca e pedras também aparecem.
Segunda-feira foi um dia de luta. Um grande dia. Sem baixas em ambos os lados (o mesmo lado). A não ser olhos e gargantas ardendo e ouvidos, por certo, zunindo. Dia ganho.
Terça-feira tem de novo!
PS - Um rapaz saiu da AL ontem, passando por servidores que protestavam, filmando-os e chamando-os de idiotas, ou coisa parecida. Essa é a mentalidade dessa gente? Era alto e magro. Correu. Ainda bem que não o pegaram. Provocador estúpido.
CHARQUEADAS: A Banca do Povo, desde 1975 em atividade na Avenida 1º de Maio, em Charqueadas, encerrou atividades hoje. Propriedade da sra Loivaci Lima, vinha sendo tocada por sua filha Nedi nos últimos meses, em virtude dos problemas de saúde de sua mãe. A banca era a única na cidade. Fez uma grande história. Fará uma falta enorme.
Cinquentaça! Linda! Parabéns!
Finalmente, terminou o sofrimento dos colorados: ao empatar em 1x1 com o Fluminense no estádio do América carioca, o Internacional caiu com as próprias pernas no Campeonato Brasileiro. Sport 2x0 Figueirense e Vitória 1x2 Palmeiras não influenciaram em nada, visto que o colorado gaúcho não se ajudou.
Mas, pior que no campo, foi no extracampo que a queda foi muito feia: declarações infelizes em sequência, primeiro do vice de futebol Fernando Carvalho e, depois, dos jogadores e do presidente, detonaram a imagem do clube no pais, depois da queda do avião da Chapecoense. Por fim, até uma alegação da CBF de falsificação de emails numa ação do clube contra o Vitória no STJD, deu o epílogo funesto.
E, pior dos piores, no mesmo ano e no mesmo mês que o rival, o Grêmio, ganha a Copa do Brasil pela quinta vez. Entretanto, o clube e a sua torcida são maiores que tudo isso. Faz parte. Tudo passa.