Bom, não fui na casa da mãe hoje, pela primeira vez, em 52 anos. Desde sempre! Não vejo meus pais desde o dia 19 de março. Acordei umas oito horas ouvindo vozes na casa do meu sogro. Olhei pela janela, vi que era o seu irmão, Sérgio, com a ex-esposa, a filha, o genro e dois netos. Será que eles vieram para o Dia das Mães? Depois descobri que o seu Sérgio se acindentara de carro no dia anterior, uma colisão com uma Mitsubishi, mas nada sério. A família veio ve-lo e passaram para um café com meus sogros.
Foram embora umas nove horas. Varri a área dos fundos, onde receberíamos a Joana. A Rosi acordou às 08h30min e tomamos café juntos, esse aí de cima foi o meu. Começamos a preparar tudo. A mulher a maionese e eu o churrasquinho de espetinhos. Eu incomodado com essas dez mil mortes pela Covid-19 no Brasil, pelo número ter dobrado rapidamente. A Joana chegou às 11:30h. Nós sentamos numa ponta da mesa, ela noutra. Distanciamento social e máscaras. Nos meus sogros, o cunhado mais novo, Pedro, veio e eles almoçaram no pátio, uma lasanha. Além dele e dos pais, meu cunhado mais velho e um irmão da minha sogra que aparece por ali e fica uns dias, às vezes.
Estranho estarmos em pátios separados, cada um no seu. Sempre juntamos as famílias debaixo dos jambolões no pátio do meu sogro em ocasiões festivas, sempre; desta vez, não, por motivos óbvios, né. Na verdade eu sempre vou para a casa de minha mãe nesse dia, e fiquei. Ainda bem que a Joana veio, coisa boa, fiquei feliz. Nós três em casa novamente, como era antes. Ficamos felizes. Meu genro Jessé não veio, foi pra casa da mãe dele. Joana deu uma correntinha, um sabonete e dois cremes para a Rosilane que, por sua vez, deu o artesanato do qual falei na públicação de ontem pra sua mãe. Oferecemos uma generosa "provinha" da maionese e dos espetinhos pra eles também, junto com uma Fanta Zero, que minha sogra adora. Eles nos deram uma boa porção da lasanha deles. Não comi, mas a Joana devorou e a Rosilane provou. Por umas 15 horas chegou a Manuela, esposa do Pedro, com o Artur, filho deles, de colo.
Sentamos na frente da casa, conversando, tocando violão e cantando com a Joana, até umas 20h30min. Lá por umas 17h, a Amanda, uma moça que cuida da mãe, fez uma live com ela, pela whatts da Rosilane, conforme combináramos na noite anterior. Gente boa essa guria, bem atenciosa. Ela tocou violão para a mãe cantar índia. Conversamos. Foi legal. Falei bastante com o pai por telefone, o estado de espírito dele tá legal, tá forte. Bom isso.
Eu meio triste, não sei se pelos óbitos, se por preocupação com meus pais e sogros, por não ter ido ver minha mãe, mas o fato é que não estava com uma energia legal hoje. Minha filha e esposa disserem que, se as coisas estivessem muito ruins por aqui na nossa região e cidade, nós saberíamos devido as mortes que ocorreriam, coisa que, graças a Deus, não aconteceu por aqui. Joana foi, Jessé veio buscar de carro com seu irmão. Higienizamos tudo: chão, cadeiras, louças. Protocolos no rigor. É o que se pode fazer. Agora é dormir.
Desde o dia 21 de março cumprindo o isolamento social; 24 de março, 46 dias atrás, foi o último em que saí pra rua, desde lá, tudo o que precisou se fazer foi online ou tele. Cinquenta dias. E parece que no Brasil, com o inverno iniciando e o lamentável e absurdo governo federal atrapalhando os governadores e prefeitos de capital, o pior ainda não veio.
Espero que nunca venha, embora os números mostrem um crescimento paulatino e, em alguns estados, como SP, RJ, CE, PE, AM e PA, a coisa esteja dramática. Tudo vai depender da sociedade decidir se proteger e de como a questão da sobrevivência das pessoas se dará com alimentação, água, luz e remédios, ou seja, o essencial. De fome ninguém morrerá no curto prazo, só pela Covid-19. Mas tem políticos e empresários pressionando pela volta à "normalidade" (!?). Querem "economia e morte", esses, mais preocupados que estão com a morte de CNPJs que podem ser recuperados do que com CPFs irrecuperáveis se a morte lhes atingir.
Em casa tudo como sempre. Perfeita a convivência com a esposa. Uns quatro dias atrás ela pegou 150 reias de seu pai em notas de 50, de uma dívida que ele tem para com ela, e esqueceu de lavar as mãos. Uma barra, pois a situação na casa dos meus sogros continua do mesmo jeito que já falei nas postagens anteriores aqui nesse Diário. Mas não ficou muito tempo assim, diz que lavou as mãos uns 15 ou vinte minutos depois, quando foi comer uma laranja. Torçamos pelo melhor, né. Erros acontecerão, meus e dela, e a verdade é que não somos vítimas ou culpados de algo que é muito maior do que a gente e de que todas as pessoas deste mundo. O grande inconveniente disso é que teremos de passar, novamente, uns dias dormindo separados, eu na sala. Uma bosta. No mais, tudo ok, sem dramas, né.
Amanhã é dia das mães e a Joana virá aqui em casa. Vai ser estranho, pois iremos seguir rigidamente os protoclos de distanciamento social. Faremos um almoço no pátio - churrasquinho com espetinhos, ela numa ponta da mesa, nós na outra. Ela não poderá ir no nosso WC. Será um encontro de duas, três horas no máximo. É o que dá, tem de ser assim. Ela esteve aqui nove dias atrás, numa quinta-feira - 30 de abril, quando o Pedro, meu cunhado mais novo, apareceu na casa dos meus sogros, com a esposa e o filho, e também os vimos. A Joana teve de sair de casa e aproveitou para passar. Sentamos na área da frente. Comprou umas coisas pra gente no supermercado Bonato, que não tem no COPAC - onde compramos online e recebemos por tele-entrega. Vai ser muito bom ver nossa filha. Ontem compramos umas coisas no COPAC para recebê-la bem.
Na quinta-feira passada, dia 7 de maio, desmontei a máquina de lavar antiga que estava na área. Deu um trabalhinho, deixei só a carcaça de metal com a tampa de vidro, que agora serve para colocar dentro as compras quando chegam, a fim de diminuir a área do piso a ser rigorosamente lavada após a higienização das mesmas.
Na terça-feira, dia 28 de abril, fizemos rancho na COPAC. Dá um trabalhão higienizar todos os produtos com água e sabão, mas bah. A reorganização da biblioteca já está concluída. No mais tudo ok, com as rotinas: varrer e passar um pano no piso da casa, limpar as calçadas do pátio, recolher coco dos cães, alimentar cães e gatos, lavar a louça, escrever para o Portal, ler na biblioteca, acessar a internet e olhar o Face - que não acesso nos fins de semana, a fim de manter a saúde mental. Minha esposa faz a comida, arruma a mesa, lava e estende as roupas, usa internet e finaliza o trabalho final do mestrado dela. Ah, ela tem habilidades manuais para o artesanato, então fez um presente para a mãe dela, bem bonitinho, uma tábua para prender papeis e chaves. Eu não fiz nem comprei nada para minha mãe - não vejo ela e o pai desde dia 19 de março. Como entregaria, em segurança? Escrevi algo sobre isso para o Portal, ontem, sem citá-la (https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6941195). Já a Rosilane é só entregar pra sua mãe, pela cerca, pois como não saímos de casa não tem risco de algo sair daqui pra lá, só ao contrário, pelos motivos que já escrevi anteriormente.
Era isso. Cinquenta dias e, graças a Deus, todo mundo ok na família. A próxima data agora é meu aniversário, dia 24 de junho, daqui uns 40 dias. A boa notícia é que me avisaram no serviço que os atestados, no meu caso, grupo de risco por diabetes 2, passam a ter validade de 30 dias, não mais de 15. Facilita, né.
Na foto, o Botafogo deitado e a Ponte Preta colocando a pata no pé da Rosilane - que ela e a Joana chamam de Bela, seu nome oficial. O Maurinho, o taxista que a deu pra mim, a chamava de Mixuruca. "Mixuruca, ô mixuruca" - ainda ouço na memória ele falar, com sua voz arrastada. Como deve estar o Maurinho? Não tenho o número do celular dele, só o do Celito, o profissional que usava quando estava trabalhando. Cara legal o Maurinho, boa gente.
Ah, o Celito voltou a trabalhar no táxi. Tem 78 anos, ele, mineiro aposentado. Deve estar precisando muito. Só ele e a mulher em casa, e cuidam da filha doente. Umas barras enfrenta o Celito, mas não reclama de nada, uma fortaleza ele, que homem verdadeiramente admirável. Descobri que eie voltara porque chamei o Vildomar para uma corrida, para buscar um atestado pra mim na Clínica. Ele não pode vir e mandou o Celito, daí vi que ele voltou a trabalhar no ponto. Estava atendendo só de casa, no celular, mas não o chamei para evitar expô-lo nesse momento. Bom, se ele precisa, vou voltar a ligar pra ele quando necessário. Que Deus preserve esse homem de grande valor, ele e a sua família.
E lembrei agora também do Nilson, que trabalhava com o Celito antes do Maurinho. Ele passou aqui por casa, semanas atrás. Estava de bicileta, pochete e sem máscara. Falou que fora em Porto Alegre ver o médico - fez operação, tem uns problemas de saúde - e que não havia ninguém na rua e nos ônibus por lá e tampouco na linha intermunicipal daqui de Charqueadas. Perguntei se não era melhor ele ficar em casa. Desconversou, disse que ia na filha, estava feliz, sorridente. Semana passada passou aqui perto de novo, caminhando, vi-o virando a esquina. Cara legal, tinha sempre uns sons legais em pendrive, internacionais antigas dos anos 1960 e 70, ouvíamos bem alto nas corridas que ele fazia, eh eh eh eh. Tudo de bom pra esse gente boa, todos acima dos sessenta: Celito, Maurinho e Nilson.
Tudo de bom pra ti que estiver lendo isso também. Fui. Tchau.
Amanhã, dia 3, farão exatos quarenta dias que não coloco o pé pra fora do portão de casa, desde o dia 25 de março. Pra ser bem sincero, ontem saí na calçada para colocar o saco de lixo na rua, mas creio que calçada não conta. Desde o dia 21 de março estou em isolamento social, devido à pandemia, mas dia 24 fui no serviço levar um atestado. Deppois de amanhã, dia 4, fará também 45 dias, portanto, que estou em isolamento, no total. Hoje, domingo, eu e minha esposa fizemos um churrasco, tipo espetinho, para comemorar. Gravamos um vídeo e mandamos pra minha filha Joana, cunhado mais novo Pedro e minha irmã, Emília. Nele, disse o que mais me alegrava: passar a Páscoa e o Dia do Trabalhador e todos na família estar saudáveis.
Minha mãe (foto acima, em sua casa, na sexta-feira) teve recaída quinta-feira de sua infecção na bexiga, mas está sendo tratada em casa e não precisará ir ao hospital. Graças a Deus e a dra Rosangela Dornelles,
Quinze pras quatro da matina e ainda estou acordado, então me deu vontade de vir aqui escrever. Essa foto é de uns anos atrás, de dezembro de 2013, se não me falha a memória. Numa pizzaria aqui em Charqueadas, com o pessoal que fazia uma pós graduação no IFSul da cidade. Legal aquela turma. Escrevo sobre eles só porque fui na área de trabalho ver se tinha uma foto lá pra ilustar essa postagem e achei ela. Daí lembrei.
Tô meio parecido com o Frejat, do Barão Vermelho, né? Tipo assim, dou os ares. O que eu toquei naquele dia, puxa vida? Não lembro, mas sei que foi um bom número de canções, que só eu tocava do pessoal que foi. Eu tinha 45 naquela época. Ainda não estava diabético, estava ficando. É, foi bem por esse tempo, no ano seguinte. Lembrei agora, também. Não, errado, foi em 2015 que fiquei diabético, tenho os exames, olhei eles esses dias, para conferir.
Sobre o que eu vim escrever, mesmo? Ah, sei lá. Tava navegando pelo Recanto, revendo uns colegas recantistas de longa data, curtindo a madruga, alma leve e deu vontade de escrever. Ah, ia fazer um poema de improviso! Coisa boa. A vida é bela. É uma canção numa pizzaria com os amigos. 2012 e 2013 foram anos muito bons na minha vida, que tem sido muito boa, no geral. "Viver, e não ter a vergonha de ser feliz" - essa eu sei que não cantei naquela noite, mas canto agora, mentalmente.
Vou nessa. Um abração para todos e boa terça-feira.
Hoje completei 14 anos no Recanto. Uau syl, é tempo! Escrevi uma crônica comemorativa à data (https://souzaguerreiro.com/visualizar.php?idt=6928561). Nela, falei dos 861 textos publicados. Aqui, tratarei de minhas publicações aqui no "Meu Diário" e nos "Áudios.
Em primeiro lugar, neste Diário foram 591 publicações (um texto a cada oito dias e meio) com 37.254 leituras, o que dá uma média de 63 leituras por postagem - lá nos textos a média é 180. Pouco, mas para mim tá mais do que ótimo, esse Diário até supera as minhas expectativas, eis que o escrevo para registro pessoal mesmo. A postagem mais lida aqui, com 768 acessos, foi "Cauby teve uma namorada em Charqueadas" (17.05.16). Aliás, as postagens sobre a minha cidade são as mais conferidas, até porque essas eu compartilho no Facebook, vez ou outra: "A noite em que o CTG Ramiro Barcellos desabou" (459 - 30. 01.16), "Servidores estaduais realizam protestos em Charqueadas" (436 - 27.11.19), "50 anos da Escola Municipal Pio XII em Charqueadas" (412 - 23.05.09), Rotatória na ERS 401 (394 - 14.11.17) e "OASIS em Porto Alegre: eu fui" (392 - 16.05.09). Das 80 mais lidas, que alcançaram 100 leituras ou mais, as postagens locais são 29, ou seja, 36%, mais de um terço.
Se eu quisesse investir com o Diário via Face, esse seria o caminho, mas não quero. Escrevendo para o Portal de Notícias artigos e crônicas duas vezes por semana, não tenho como priorizar uma produção específica para ele, visando um público fixo, tendo ainda as demandas profissionais e pessoais a cumprir. Sou um escritor semi-profissional, não vivo disso. A primeira coisa que publiquei no Diário foi Estoy Aqui, em 12.10.07. Era um texto onde eu dizia que depois de um ano e seis meses de Recanto, iniciava o Site do Escritor.
Em segundo lugar, os "Áudios", onde desde setembro de 2010, há dez anos, não publico mais nada. Exatamente por esse tempo estou inativo na música, tocando só em casa, e parei de compor, exceto por uma coisinha ou outra, instrumental, tipo o chorinho "Tio Ivan: o Gaguinho". Aliás, comecei a publicar uns solos em vídeo no Face ano passado, durante a Copa América e, na quarentena, agora, fiz uns para os meus pais, "Tio Ivan" entre eles. Penso em comprar equipamentos de gravação e retomar isso, voltar a compor canções, que são a maioria das coisas que eu postei nos "Áudios".
Fusquinha Rosa Choque (28.12.07), com 2.087 audições, é a canção mais acessada. Depois tem o instrumental Ré Maior (27.04.07), 499, que é o fundo musical de meu Site do Escritor no Recanto. Noites Frias (09.06.08), uma canção do meu saudoso amigo Dinanci Menezes, possui 470, e Forró Estilizado (25.08.07), do Grupo Voz Ativa, ícone local charqueadense dos anos 1980, tem 412. A primeira vez que postei algo foi em agosto de 2007, a canção Inverno, do guitarrista e compositor charqueadense André Miller. No total foram 83 áudios com 13.885 audições, uma média de 167 acessos por publicação.