Há um dia de iniciar o tarifaço determinado pelo atual presidente dos EUA contra o Brasil e já sob a vigência de inaceitáveis medidas deste contra ministros do nosso STF, intervindo em nossos assuntos internos e atacando nossa soberania, cabe exatamente uma pergunta: o que é mais equivocado neste momento, queimar ou desfraldar a bandeira dos EUA?
Obviamente que me posiciono criticamente as duas ações, por entendê-las indevidas. Primeiramente, quando tu queimas a bandeira de um país tu não estás te colocando apenas contra o governo deste, mas sim contra toda a nação. É uma concretude impossível de se fugir e de sofismar. Queimar a bandeira dos EUA ou de Israel, por exemplo (ou da Venezuela, Argentina, etc), é ir contra o país, não levando em conta toda a pluralidade política e ideológica que o mesmo abarca. Agindo assim, apoia-se a unidade do mesmo em torno do governo cujas medidas se combate. Eis o equívoco. Seria como, por discordar de mim, dizer que toda a família Guerreiro é condenável. Entenderam?
Agora, especificamente sobre o caso dos EUA, se, por um lado, é equivocado queimar a bandeira estadunidense, por outro é totalmente despropositado, inadequado e inaceitável para qualquer brasileiro desfraldá-la nesse momento em que a economia e a soberania do Brasil é atacada pelo atual governo dos EUA. Tal ato, agora, contraria os interesses atingidos do Brasil e não há como não ser interpretado como apoio ao agressor externo, o atual presidente dos Estados Unidos. Imigrantes brasileiros sendo tratados como bandidos e expurgados dos EUA, empregos e empresas brasileiras prestes a ser duramente atingidos: como apoiar isso, sendo brasileiro? Imperdoável. É traição à pátria.
Logo, não queimem, mas não desfraldem. Os EUA são um país com o qual possuímos 200 anos de relações e, depois de Trump, elas continuarão política, diplomática e economicamente, em benefício aos dois países, como a posição de senadores do Partido Democrata defendendo o Brasil autorizam a prever para o futuro. Passaremos por isso.