João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Sexo no cemitério

Como dizem, não há o que não haja. Não que seja algo de outro mundo e que cause demasiada surpresa, mas sim, além da depredação e roubo, os jazigos do Cemitério Júlio Rosa, em Charqueadas, viraram quarto de motel. Insólito.

 

Hoje falava com uma amiga charqueadense e ela me contava sobre a situação do jazigo coberto onde está o túmulo de sua avó paterna e de outros familiares, cuja porta foi arrombada com a finalidade de servir de abrigo para encontros sexuais.

- É mesmo? Que barbaridade!

- Quando vou lá, tiro de pazinha camisinhas, baganas de cigarro, de maconha e long necks de Heineken.

- Heineken?

- Sim.

- Dão um nó nas camisinhas depois de usarem?

- Não. Porque tá perguntando?

- Porque nas vezes que invadiram a biblioteca municipal pra isso, tiveram o cuidado de dar um nó.

- Não, os que usam o jazigo da vó são uns porcos relaxados. Não sei como fazem isso? Não tem medo que uma alma penada os assombre?

 

Uma terceira pessoa que ouvia nossa conversa, interveio, gaiato:

- Vai os espíritos até curtem o lance, é algo diferente, né? Eh eh eh eh.

- É, devem curtir, mesmo, até porque não são eles que limpam a sujeira, sou eu.

- Tu já reclamou?

- Adianta reclamar?

- Pois é...

 

A gente morre e não vê tudo. Nem dez por dento. Até depois de morto a gente vê! Os caras e as minas transarem em cima do túmulo. Tem de ser cara de pau pra transar no cemitério. Aliás, cara de pedra: granito e mármore. Cemitério Júlio Rosa, mas o podemos chamar também Motel Júlio Rosa. Popular e gratuito. O dinheiro pode faltar, mas não vai parar o tesão, por mais mórbido que seja. 

 

Um bom final de semana parar todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam e fiquem com Deus.

 

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 27/06/2025
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