Ela foi mãe da Lassie e do Will Robinson. Na verdade, não era, obviamente, mãe da cadela rough collie Lassie, mas do Jeff, o garotinho da série de TV... Lassie! Já do Will Robinson, era mãe mesmo (imagem acima) na série Perdidos no Espaço (a original, produzida nos anos 1960), papel pelo qual ficou mais conhecida pela então gurizada dos 1970 aqui no Brasil.
Seus nomes de batismo e artístico são o mesmo: June Lockhart. Hoje ela está fazendo 100 anos. É uma das poucas artistas da Era de Ouro de Hollywood ainda viva, depois de Olívia de Havilland (...E O Vento Levou) falecer em 2020, aos 104 anos. Nasceu em 25 de junho de 1925, em New York, filha dos também atores Gene Lockhart e Kathleen Lockhart. Atuou profissionalmente de 1938 até 2021, por 83 anos!
Das duas mais famosas séries de ficção científica da época, Perdidos no Espaço e Jornada nas Estrelas, ela e o ator Willian Shatner (94 anos), o Capitão James Kirk, são os mais longevos a sobreviverem. Em Perdidos no Espaço, June era a Dra Maureen Robinson, esposa do Dr John Robinson e mãe de Will, Jude e Penny, que viajavam pelo espaço sem rumo, vagando de planeta em planeta, devido a uma sabotagem na nave após seu lançamento. Basicamente, era isso. Os personagens que mais se destacaram na série, entretanto, foram o carismático Robô, o esperto e inteligente menino Will e o covarde e ladino Dr Zachary Smith (imagem abaixo), este último o mais icônico dos três, interpretado pelo ator Jonathan Harris (1914 - 2002).
Curiosamente, o primeiro filme para o cinema e o último para a TV da longa carreira de June foram produções natalinas: A Christmas Carol (1938) e Holiday in Handcuffs (2007), quando tinha, respectivamente, 12 e 82 anos. Seu último trabalho, entretanto, foi de áudio: fez a voz do Controle Alfa na versão para a Netflix de Perdidos no Espaço, em 2021, aos 96 anos! Dentre inúmeros outros trabalhos, esteve em um episódio de série Grey's Anatomy, em 2006, interpretando Agnes.
Como diria o Sr Spock de Jornada nas Estrelas, uma vida longa e próspera teve June Lockhart. Tive uma tia-avó e madrinha que chegou aos 101 anos, lúcida e bem de saúde, assim como entrevistei, no tempo em que escrevia para o tabloide semanário regional A Região, uma senhora centenária que morava no bairro charqueadense Beira Rio e era vizinha da escritora Rejane Barczac, a dona Eduvirgens, Logo, sei o que tal longevidade significa para uma família. Parabéns pra June, em seu centenário!