O dia surge pra vida a Leste e um avião segue em sua direção, deixando um rastro branco em dois terços da abóbada celeste. Vem dos hermanos em direção à Poa, por certo. Parece com a imagem acima, só que sem as nuvens.
Um avião, que máquina maravilhosa, quase impossível para quem tem acrofobia, pelo martírio que representa. Para estes, sobram os navios, dos quais os hidrófobos, por sua vez, tem pavor. Logo, os primeiros vão de navio; os segundos, de avião.
Deve ser lindo ver a terra lá de cima, mas bah, assim como é lindo ver a costa do mar. A acrofobia é a mais comum das fobias, atingindo mais mulheres do que homens e cerca de 2 a 5% da população mundial, e geralmente está associada a aerofobia, que é justamente a fobia de voar em aviões ou helicópteros. Fobia é um medo extremo que causa pânico e falta de ar.
Contudo, o avião está lá, voando para o horizonte, para o sol nascente. Os aviões tornaram o mundo menor e as guerras exponencialmente mortais. Os navios conectaram o mundo, os aviões o encurtaram. A história segundo a tecnologia.
Passou um ônibus pela rua. Eles abreviaram, por sua vez, a distância entre cidades, estados e países. Viajar de ônibus é uma diversão, dá pra ver muita coisa que, de navio e avião, não dá. A D O R O ônibus. Não vai tão longe quanto os outros dois, mas é um barato.
O avião sumiu no horizonte.