João Adolfo Guerreiro
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Grêmio, voltando da enchente, naufraga na Arena

 

Dia 1º de setembro, fim de inverno, quase início de primavera e o Grêmio voltando para o seu primeiro jogo na Arena desde maio, devido a enchente.

 

Arena operando a um quinto de sua capacidade (12.000 pessoas em parte do anel inferior) e a um décimo de sua qualidade e possibilidade. E eu ainda só consegui ingresso pra arquibancada, onde fica a Geral do Grêmio, o que significa "assistir mal e em pé a partida". Na verdade, a arquibancada é só pra quem gosta muito, que daí se diverte. Há trinta anos eu ia nessa praia, mas agora ela já não é mais a minha.

 

O estádio sem nada funcionando, até o museu e a Grêmio Mania fechados. Somente os bares do entorno abertos, retomando seus negócios. Nem as lancherias internas. Apenas ambulantes vendendo bebidas no estádio e, de alimentação, só pipocas e uns salgadinhos. Um dos painéis eletrônicos (justo o que eu não via) desligado, elevadores idem. Sinceramente, é muito estranho, nem parecia a Arena, ou melhor, parecia uma Arena que ainda está acamada e não recebeu alta. Mas vamos nessa.

 

O jogo iniciou às 11 horas e tava bom, começou legal, até o zagueiro do Grêmio furar e ter de fazer falta no atacante do Atlético Mineiro, sendo o último homem. Vermelho, claro. Ainda sim, o Grêmio conseguiu fazer dois gols, com o dinamarquês Braithwaite gastando a bola, ele e o Soteldo. Aliás, é a primeira vez que o Grêmio tem jogadores da Venezuela e da Dinamarca e, pelo visto, deveria investir mais nessas nacionalidades. Além desses, os argentinos Cristaldo e Kannemann, o paraguaio Villasanti e o colombiano Monsalve. Assim, com tantas nacionalidades, o Grêmio passa a ser não mais uma seleção brasileira ou latinoamericana, mas mundial.

 

Só que faltou combinar com os mineiros a festa de retorno. Eles apertaram o Tricolor no segundo tempo, aproveitando muito bem a vantagem numérica e descontaram, numa cobrança de pênalti: 2x1. E assim foi até os 43 minutos, quando, em outra penalidade, empataram e, aos 50, viraram o jogo, matando o Imortal em seu Olimp(ic)o, quero dizer, sua Arena. Vi isso pela TV, sentado num barzinho fora do estádio, tomando cerveja e comendo pastel, pois no primeiro gol de pênalti atleticano, cansado e com mau presságio, resolvi dar uma volta, sentar, esticar as pernas e almoçar alguma coisa minimamente decente.

 

Todavia, entre vezes e revezes, valeu a pena, ê ê. Foi um grande jogo do Brasileiro 2024, dois times bons a fim de jogar, o que valorizou a retomada da Arena numa bela e fresca manhã de sol. Ah, ia esquecendo, teve um minuto de aplausos ao Cacalo antes do início e Grêmio e Atlético confraternizando, o Tricolor agradecendo a ajuda do adversário na adversidade da cheia. Muito bonito.

 

Dá pra dizer que foi uma grande derrota do Grêmio em uma partida emocionante, uma derrota digna da grandeza do Grêmio e da Arena: naufragou épica e espetacularmente, ante um Galo bravio, na volta para seu estádio, um naufrágio tipo Titanic, cinematográfico, só que sem as mortes, visto que, no futebol, morre-se no domingo e se ressuscita na quarta-feira. O Tricolosso do Humaitá não ganhará todas, mas vencerá as que precisa e mais algumas de lambuja.

 

Uma boa semana pra todos. Cuidem-se, vacinem-se, ajudem os atingidos pela enchente, vivam e fiquem com Deus.

 

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 01/09/2024
Alterado em 01/09/2024
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