João Adolfo Guerreiro
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Sobre cristais quebrados, judeus e muçulmanos

 

Em 1938, as vítimas foram os judeus na Alemanha; em 2024, são os muçulmanos na Inglaterra. Logo na Terra da Rainha e de Churchill, quem diria? Mas é. O totalitarismo em nova safra, mostrando suas garras 85 depois. E floresce pelo mundo...

 

Em 1938, o assassinato de um diplomata alemão na embaixada da França por um judeu polonês nascido na Alemanha foi a motivação para a Noite dos Cristais, onde casas, estabelecimentos comerciais e sinagogas foram atacadas por todo o território alemão pela turba nazista ensandecida e fanatizada em 9 de novembro, destruindo, depredando, incendiando, agredindo e matando sob o olhar comparsa das autoridades policiais. O nome, Noite dos Cristais, deve-se aos vidros quebrados na ação (foto acima).

 

Agora em 2024, na primeira semana de agosto, isso não aconteceu, pois o governo inglês colocou a polícia em todo o país a agir firme na defesa dos imigrantes e descendentes de muçulmanos, acossados em suas casas, comércios e mesquitas depredadas por hordas de militantes de extrema-direita motivamos por uma fake news espalhada nas redes sociais: que o assassinato de três meninas numa festa infantil, em 29 de julho, fora cometido por um imigrante islâmico. O assassino, de 17 anos, nascido na Inglaterra, é filho de pais ruandenses e não possui ligação conhecida com o islamismo.

 

O que causa arrepios e preocupação é que essa onda violenta de extrema-direita, que tanto espalha quanto se alimenta de desinformação via redes sociais, não é um caso isolado. Vimos, de natureza parecida, atos nos EUA, no caso da invasão do Capitólio, e no Brasil, na Praça dos Três Poderes, realizados por grupos de mesmo viés político-ideológico. Só que esse contorno totalitário que grassa, no caso inglês, relembra a perseguição de grupos sociais acontecidos na Alemanha Nazista, que resultou no Holocausto e naquilo que Hannah Arendt muito bem conceituou como a "banalidade do mal".

 

Essa história está se repetindo na Europa e no mundo? Não se pode cometer o erro de, agora, ser tolerante com o totalitarismo de extrema-direita, que deixou sua infâmia registrada nos livros de História com a tragédia humana que foram o Nazismo e o Fascismo. Polícia e Justiça em defesa da sociedade. E cobrança sobre as redes sociais, como o governo inglês faz, por estas permitirem a disseminação desse tipo de coisa.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 08/08/2024
Alterado em 08/08/2024
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