João Adolfo Guerreiro
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Ensinar o papa a organizar a missa

 

Pois então, se tem gente que tem a pretensão de ensinar o padre a rezar a missa, há de ter quem possua até a ousadia de ensinar o papa a interpretar a Bíblia. Ou, pelo menos, quem discorde de alguma coisa que o papa Francisco diga, como qual a melhor maneira de organizar a missa. Este cronista que vos escreve, por exemplo.

 

Papa Francisco, Deus o preserve e guarde, é um dos grandes líderes mundiais da atualidade, um homem pela paz e pela igualdade em todos os sentidos, uma influência positiva que supera, em termos de alcance, os quase 1 bilhão e quatrocentos milhões de católicos hoje existentes no mundo, o que, mesmo se ficasse só por aí, já seria mmmmuuuuiiiittttaaaa gente, mas Francisco os transcende com sua mensagem benfazeja e edificante.

 

O que me faz escrever essa crônica é que por esses dias o papa disse que uma homilia deveria durar, no máximo, oito minutos. Mas bah, papa Francisco, perdoe-me, mas dessa vez terei de discordar do senhor. Já fui a muitas missas em todas essas décadas de vida, desde quando era o Joãozinho da Paineira lá na Colônia do padre Vilmo e, confesso - no sentido laico da palavra -, a homilia é justamente o que mais curto, desde então, na missa. Nela é quando o padre chega e pá, dá o seu testemunho de fé e passa pra gente uma lição legal, conhecimento ou, pelo menos, palavras que melhoram o nosso domingo e a nossa semana - como diz o padre daqui, Miguel, "domingo com missa é semana com graça".

 

Pois então, papa Francisco, ouso respeitosamente lhe dizer que não importa se a homilia terá quatro ou quatorze minutos, importa é que o padre faça uma fala legal e intensa no tempo que lhe aprouver. Tem uns que dizem pouco e dão plenamente o recado, há outros que precisam de mais tempo para expressar algo mais elaborado e proveitoso - particularmente, os que mais aprecio. É o que penso e testemunho. Digo até mais: como já fiz teatro na juventude e, mesmo tendo sido um canastrão inveterado, de tanto assistir poderia até representar um padre numa missa.

 

Paramentaria-me e repetiria tudo o que o padre faz, claro que sem a formação e a autoridade moral e espiritual do mesmo. Somente atuação, teatro. Agora, improvisar uma homilia... Bah, daí já teria enorme dificuldade, eis que ela não requer apenas formação e oratória, visto ser mensagem de fé e compromisso de alguém com uma profunda intimidade terrena e espiritual com a vida religiosa que assumiu e a religião que representa. A homilia, aquela homilia de verdade, é coisa só para sacerdotes mesmo, eis que sai da alma do indivíduo com autoridade eclesiástica para tal.

 

Se a missa vai ser longa por causa da homilia, isso não importa. Na minha humilde opinião, se as pessoas só vão uma vez por semana na missa, qual o problema dela durar uma hora ou uma hora e meia? Nenhum. Penso que ninguém deveria ir numa missa - ou culto, sessão, etc - com hora marcada pra sair. O encontro semanal com a religião deve ser sagrado e, para isso, relógios e celulares devem ficar em casa. Compromisso e concentração total.

 

Então me pergunto, papa Francisco: pra que limitar os padres? Não, nem precisa se dar ao trabalho de responder, sei que o senhor sabe muito bem o motivo de ter orientado os oito minutos e o que desejo expressar é apenas minha opinião e sentimento de leigo nessas questões. Não cheguei ainda ao ponto de pretender ensinar o padre a rezar a missa e o papa a interpretar a Bíblia ou a liderar a sua Igreja.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 16/07/2024
Alterado em 16/07/2024
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