João Adolfo Guerreiro
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Textos

Antônio, João e Nicolas

 

Antônio e Nicolas eram dois meninos italianos que adoravam música e, mais precisamente, tocar violino. E eram muito bons nisso. Ótimos, pra dizer o correto. Antônio era um talentoso compositor e Nicolas um grande virtuose do instrumento.

 

Cresceram compondo e tocando, encantando o mundo. Antônio virou padre e Nicolas pândego, apreciava a noite, as mulheres e o vinho. Ambos morreram pobres e doentes. Antônio chegou a ser esquecido por quase 200 anos, até sua obra ser redescoberta. Influenciou um alemão chamado João Sebastião, que tocava de modo excepcional um instrumento chamado cravo - mas mandava bem no violino também -, foi grande em vida e não morreu pobre, mas igualmente ficaria quase um século esquecido.

 

Antônio não, assombrava as pessoas de tão bom que era, parecia impossível que um ser humano tocasse tão bem, achavam até que tivesse um pacto com o capiroto. Tamanha foi sua reputação que jamais caiu no esquecimento. Todavia, atualmente os três são lembrados e reverenciados pelo mundo, inclusos entre os grandes nomes da história da música.

 

Antônio e João foram contemporâneos, mas Nicolas nasceu 40 anos depois que eles morreram e faleceu 100 anos depois desses. Acho que vocês já sabem quem foram esses meninos prodígios, mas, por via das dúvidas, procurem por aí As Quatro Estações, o Capricho nº 24 e O Cravo Bem Temperado. Uma boa pedida para uma noite de quinta-feira quente de inverno.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 13/06/2024
Alterado em 13/06/2024
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