João Adolfo Guerreiro
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Textos

1934: letra de hino e de samba

 

Ontem fez 90 anos do falecimento do escritor abolicionista e republicano José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e Albuquerque (1867 - 1934), primeiro ocupante da cadeira 22 da Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual foi um dos fundadores, em 1897. Como escrevi na sexta-feira, 1934 foi um ano fatal para os chamados "imortais", pois, além de Medeiros e Albuquerque (foto abaixo), também faleceram Júlia Lopes (30 de maio), Coelho Neto (28 de novembro) e Humberto de Campos (5 de dezembro).

 

O que de fato ficou reconhecido para a posteridade, de sua vasta obra, foi a letra do hino da Proclamação da República:

"Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós!

Das lutas na tempestade

Dá que ouçamos tua voz".

 

No Carnaval de 1989, nos 100 anos da Proclamação da República, a escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense citou-o parcialmente em seu samba enredo, cujo refrão dizia:

"Liberdade, liberdade!

Abra as asas sobre nós (bis)

E que a voz da igualdade

Seja sempre a nossa voz".

 

A Imperatriz destacou nos versos do samba o mesmo carácter abolicionista (foto acima) que vemos no hino: "Pra Isabel, a heroína Que assinou a lei divina Negro, dançou, comemorou o fim da sina Na noite quinze reluzente Com a bravura, finalmente O marechal que proclamou Foi presidente" no samba; e, no hino de Medeiros e Albuquerque, "Nós nem cremos que escravos outrora Tenha havido em tão nobre país Hoje o rubro lampejo da aurora Acha irmãos, não tiranos hostis Somos todos iguais, ao futuro Saberemos, unidos, levar".

 

Conforme o site da ABL, esse recifense nascido em 4 de setembro de 1867 foi "jornalista, professor, político (deputado federal), contista, poeta, orador, romancista, teatrólogo, ensaísta e memorialista", tendo publicado 33 livros dentre contos (Um homem prático - 1898, Mãe tapuia - 1900, Se eu fosse Sherlock Holmes - 1932, etc), poesias (Pecados - 1889, Poemas sem versos - 1924, etc), romances (Marta - 1920, Mistério - 1921 - e Laura - 1933), ensaios (Em voz alta - 1909, Pontos de vista - 1913, Homens e coisas da Academia - 1934, etc), memórias (Minha vida da mocidade à velhice 1893/1934 - 1934, etc) e teatro (O escândalo -1910 - e Teatro meu... e dos outros - 1923).

 

Voltarei a escrever sobre 1934 e os "imortais" mais adiante.

 

Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, ajudem os atingidos pela enchente, vivam e fiquem com Deus.

 

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 09/06/2024
Alterado em 10/06/2024
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