João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos

Os livros impressos não morrem

 

"OS LIVROS IMPRESSOS NÃO MORREM

 

Olhei até ficar cansado De ver os meus olhos no espelho Chorei por ter despedaçado Os livros que estão no meu leito

Os punhos e os pulsos cortados E o resto do meu corpo inteiro Há livros cobrindo o telhado E embaixo do meu travesseiro Há livros por todos os lados Há livros em tudo que eu vejo

A cor vai curar essas lástimas O soro tem gosto de lágrimas Os livros têm cheiro de sorte

A cor vai fechar esses cortes

Livros, livros

Os livros impressos não morrem"

 

NO CEMITÉRIO DOS LIVROS ESQUECIDOS, jazem inúmeros títulos, dezenas de milhares deles. Jazem? Não, nem nas obras de Zafón! Os livros, no máximo, hibernam, estejam onde estiverem. Os livros impressos não morrem! São vírus latentes de amor e sabedoria, ativados assim que nossas mãos os abrem e nossos olhos vasculham suas páginas, fazendo-os voltar à vida como a conhecemos. Um livro pode permanecer anos numa livraria ou décadas e séculos na estante de uma biblioteca, esperando você: livros são destinos atemporais.

 

Livros possuem os adoradores mais fieis do mundo, são divindades acolhedoras e benfazejas que permitem a interação entre os homens sem limite algum de tempo ou espaço, exigindo tão somente a luz do sol ou outra qualquer artificial. Livro é luz que exige luz para iluminar. Ande sobre os livros, mergulhe por entre os livros.

 

"LIVROS

(Caetano Veloso)

 

Tropeçavas nos astros desastrada Quase não tínhamos livros em casa E a cidade não tinha livraria Mas os livros que em nossa vida entraram São como a radiação de um corpo negro Apontando pra a expansão do Universo Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso (E, sem dúvida, sobretudo o verso) É o que pode lançar mundos no mundo.

 

Tropeçavas nos astros desastrada Sem saber que a ventura e a desventura Dessa estrada que vai do nada ao nada São livros e o luar contra a cultura.

 

Os livros são objetos transcendentes Mas podemos amá-los do amor táctil Que votamos aos maços de cigarro Domá-los, cultivá-los em aquários, Em estantes, gaiolas, em fogueiras Ou lançá-los pra fora das janelas (Talvez isso nos livre de lançarmo-nos) Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los

Podemos simplesmente escrever um:

 

Encher de vãs palavras muitas páginas E de mais confusão as prateleiras. Tropeçavas nos astros desastrada Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas."

 

DIA 9 DE ABRIL foi o Dia Nacional da Biblioteca, lugar onde os livros impressos abundam, esperando-o.

 

Um bom final de semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam, leiam e fiquem com Deus.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 12/04/2024
Alterado em 14/04/2024
Comentários