João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos

mensagens deste (e do outro) mundo

 

I

 

Do armário de portas abertas caiu a carta, repousando no chão, justamente naquele dia. Era a data do falecimento da antiga secretária da Cultura da cidade...

 

A bibliotecária a recolheu, estranhando a coincidência, ainda mais que naquela semana chegara na biblioteca uma doação de parte de seus livros feita por parentes. A carta era de novembro de 2016, mais precisamente um depoimento desta sobre sua participação no projeto Livro Humano, falando, já como ex-secretária, sobre sua experiência inclusiva com o filho mais novo, feita para constar em artigo da profissional dos livros para uma revista de biblioteconomia. No projeto, a pessoa conta uma história de sua experiência pessoal para um (ns) ouvinte (s), por isso o nome.

 

"O projeto Livro Humano é uma importante ferramenta para o resgate de uma valorização das construções de nossa cidade, bem como das pessoas que são autores e construtores dessa história" - estava escrito no início. Continuava: "Contei, me emocionei, chorei, choramos. Mas ao final da sessão senti uma sensação de que valeu apena. Gostei de relatar os desafios de uma família na busca da inclusão". Sua família possuía o hábito de contar histórias: "Meu pai sempre nos encantou com suas estórias, muitas reais e algumas criadas em sua imaginação. São momentos mágicos em que viajamos e nos reportamos às sensações e emoções".

 

Recolocou a carta no lugar. Impressionada e curiosa, foi direto mexer nos livros doados. Não é que a carta caiu novamente do armário! Pois então, coincidências, né?

 

II

 

Outra "coincidência".

 

No dia do aniversário de minha neta, logo pela manhã, estava realizando uma "faxina" no meu WhatsApp e fui direto na última mensagem, de alguém que eu nem mais identificara quem era olhando na lista. Vi se tratar da Lu, uma das cuidadoras do pai e da mãe no final de suas vidas. Constava nela dois áudios, de dois anos atrás. Fui escutar o primeiro.

 

Era do pai, do hospital, dizendo que era para mim ficar tranquilo que estava tudo bem com ele, pedindo para cuidar da bisneta - "tua neta e minha bisneta", ressaltou, explicando -, eis que a minha mãe morrera antes de a conhecer, mas que ele ajudaria a cuidá-la.

 

III

 

Será que nos observam, querendo, por algum motivo, nos falar ou nos usar para enviar recado para outra pessoa, usando os subterfúgios mais prosaicos e inesperados? Parece.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 26/09/2023
Alterado em 26/09/2023
Comentários