Naquela biblioteca pública daquela cidade perto demais da capital, goteja abundantemente quando chove.
Entretanto, seus bibliotecários, funcionários e voluntários encontraram para o problema uma solução ecologicamente correta e sustentável: abaixo de cada goteira, um recipiente de vidro transparente é colocado a fim de coletar aquela benção enviada dos céus por São Pedro para sua província terrena.
À media em que cada um deles enche, seu conteúdo é despejado num filtro de barro. Dali, após o devido processo de filtração, a água é fervida, deixada esfriar e acondicionada em garrafas de plástico reutilizáveis. O último passo é ser utilizada para passar o famoso e saboroso café da Biblioteca Municipal - e também, para o chimarrão, eventualmente -, o único literalmente literário e abençoado pelo santo padroeiro destes pagos.
Mas bah, tchê, tri bagual esse café, cueras e gaudérios! Passem lá e provem, se tiverem coragem. Ah, mas se forem em dias de chuva, não esqueçam as capas e as galochas.