The day after father's day

Usei o titulo em inglês, pois a ideia para esta crônica veio daquele filme de 1983, The day after. Ele especulava sobre o que seria o dia seguinte a uma guerra nuclear. De repente ele virou atual, com a noia dessa Guerra da Ucrânia ressuscitando velhos medos da finaleira da Guerra Fria. Logo, O Dia após o Dia dos Pais seria como a gente se sente com o passar do tempo, quando as feridas decorrentes das perdas familiares cicatrizam e começamos a olhar para o lado e pra frente. Olhando para trás, ou paramos ou tropeçamos.

Viver é sobreviver. Uma festa coletiva com a paizarada toda lá reunida com a filharada nos faz erguer a cabeça e absorver as dádivas do tempo presente: "Churrasco Bom chimarrão Fandango trago e ..." café. Confraternizamos com os filhos em volta e pensamos nos bons tempos que hão de vir. "Toda a vez que eu chego em casa A barata de vizinha tá na minha cama Toda vez que eu chego em casa A barata da vizinha tá na minha cama Diz aí o João o que tu vai fazer?" - Vou viver a vida pra me defender! As lembranças se tornam legado e a saLdade arrefece, secando a nostalgia. Um dia as pernas quebram, mas tempos depois tiramos os gessos e tornamos a caminhar.

O som do violão agita corpos, gargantas, corações e mentes, integrando-os e os remetendo para o lado bom da vida, dissipando o frio com o auxílio da luz do sol. As crianças caçam dinossauros imaginários e perus reais. O assador traz a carne e o anfitrião a polenta, cada um bebe seu trago e absorve, feliz, seu naco de prazer. No dia seguinte todos estão bem. Vida que segue, oxalá sempre assim na maior parte do tempo.

Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam e fiquem com Deus.