João Adolfo Guerreiro
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Grêmio 1x1 Bahia: e não é que teve jogo?

Tudo graças aos amarelinhos dos rodos!

 

Não entendo nada de futebol! Errei como analista e como comentarista: disse ontem aqui que o jogo Grêmio x Bahia seria cancelado devido ao ciclone extratropical, mas ele ocorreu - como me antecipara num comentário o escritor Miguel Carqueija; afirmei que o Grêmio atropelaria o Bahia caso a partida acontecesse, mas não foi o que se viu sobre o péssimo gramado na Arena, eis que a disputa foi para as penalidades. Só restou válido de minha crônica de ontem o fato de que, como dissera, iria ao jogo caso o mesmo fosse confirmado. Fui.

 

Tudo normal na viagem até a Arena, sem contratempos. Chegando lá via-se que o gramado estava com algumas concentrações de água, na área das goleiras e na lateral do campo junto às casamatas. Às 18h05min, sob intensa vaia dos torcedores já presentes, os quatro árbitros entraram para verificar as condições do mesmo, chutando uma bola que não rolava sobre os locais citados, encharcados, mas sem poças. E eu ali, assaltado, comendo meu cachorro de duas salsichas e tomando minha Coca Zero por trinta e dois pilas. Pensei, sentado confortavelmente em minha cadeira e protegido sob a cobertura do estádio, que, se era para não sair o jogo devido ao gramado, melhor seria tê-lo adiado pela tarde, evitando o deslocamento em vão da torcida.

 

A rotina dos árbitros se repetiu, enquanto os goleiros das equipes faziam seu aquecimento em campo. Às 19 horas, horário marcado para o início do confronto, a chuva parou e entraram em campo funcionários vestindo capas amarelas, uns com pazinhas que cravavam nas grandes áreas e outros com rodos, retirando a água. Esses, ovacionados pelo público. Em meia hora toda a água havia sumido do campo, fruto do sistema de drenagem e do trabalho dos amarelinhos. Nova vaia anuncia a volta dos juízes. Enquanto isso, matava o tempo conversando com o pessoal do Consulado ("Se fosse no tempo do Olímpico, o campo estaria alagado", "Verdade") e olhando vídeos de uma festinha infantil de São João numa escola local. Enfim, com uma hora de atraso, a partida começou.

 

Bom, não vou dizer como foi o jogo, assistam o compacto no YouTube, né. Foi 1x1 e pronto, o Grêmio patinou no campo molhado contra um adversário inferior, mas brioso e veloz. O gol do Tricolor Baiano foi magnífico, belo como aquele que o avante do Cruzeiro fizera no jogo de ida ali na Arena na fase anterior da mesma Copa do Brasil. Uma batida de lado de dentro do pé da entrada da área, ao final do primeiro tempo, pela esquerda de ataque, em curva, na gaveta, sem chances pro arqueiro gremista. O empate do Tricolor Gaúcho saiu de uma jogada de Ferreira, que entrou no segundo tempo quebrando as linhas da zaga baiana, deixando o volante paraguaio Villasanti na cara do ótimo goleiro adversário. Tá, já escrevi demais sobre a partida.

 

Ao apito final, seria a decisão por pênaltis. Não os deseja assistir, pois são mais dor do que prazer e, na minha equação de torcedor, isso é negativo. Resolvi ir na loja do estádio comprar umas coisas que estava de olho e este seria um bom momento, sem aquelas enormes filas para os caixas que se formam antes e depois dos jogos. Entrei e os funcionários estavam todos vendo as cobranças de penalidades pela TV. Olhavam-me com aquela cara de "O que esse mala tá fazendo aqui justo agora?". Peguei minhas compras e fui nos caixas, vazios. Uma funcionária veio e me atendeu. Ouvia o que estava acontecendo e percebi que a coisa não estava ruim para para o Grêmio.

 

Saindo do estádio, caminhando sob a chuva fina que reiniciara naquele momento, senti e ouvi a Arena estremecer com o urro da torcida gremista - mais de 35 mil presentes -, o estádio se transformando em algo único e acachapante. Quando tu estás lá dentro e é parte da coisa, é legal, mas a percepção é totalmente diversa da de estar ali, ao lado do estádio, percebendo o gigante de aço e concreto rugir e tremer como se fosse vivo. Uau syl, que tri foi isso, jamais esquecerei.

 

Esperei o busão tomando uma Original e voltamos contentes pra casa, num final feliz. Foi isso.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 13/07/2023
Alterado em 13/07/2023
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