João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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No escuro

 

Parte de meu bairro ficou sem energia elétrica a partir das 07h30min de ontem, no Centro de Charqueadas. Ninguém sabia o que aconteceu. Pela noite, já com 11 horas sem luz, deu pra constatar que a falta de energia atingia total ou parcialmente as quadras situadas entre a avenida 1º de Maio e a rua Distrito Federal e avenida Bento Gonçalves e rua José Rui de Ruiz.

 

Além das residências, numa zona antiga da cidade e com muitos moradores idosos, uma certa quantidade de comércio e serviços foi afetada: uma padaria, duas agropecuárias, um salão de beleza, uma assistência técnica de celulares, uma locadora de vídeo, uma doceria, três escritórios de advocacia, um escritório de contabilidade, uma floricultura, uma escola de idiomas e informática, um consultório odontológico, uma lancheria e um estabelecimento de soldas especiais. Todos com o dia perdido. E a noite também. Deu pelo menos pra ter motivo pra matar o banho.

 

Como dormi cedo, acordei na primeira hora da madrugada. Acendi umas velas e fiz um chá de cidreira. Fui brincar no violão para matar o tempo, compondo um pequeno instrumental em Dó Maior que pensei intitular de EquaDORial. Lembrei que esqueci os tênis da Trica no varal e fui buscar. Na volta, reparei que vinha um homem de uniforme, a pé, iluminando com a lanterna os fios e concluí que era um funcionário da "Equadorial" procurando o local do problema. Eram 02h20min e um veículo desceu pela 1º de Maio e entrou na José Rui de Ruiz, atrás dele. Estávamos há 19 horas sem luz. Noite fria e escura.

 

- Frio, né? - disse-me.

- Sim, frio.

- Sem luz aí...

- Sim, desde às sete e meia.

- Já vamos resolver isso. É um cabo que partiu perto das Lojas Colombo. Sabe onde fica?

- Sim. Vocês já passaram por ela. Voltem, entrem na segunda rua à direita e, na primeira esquina à direita, está a loja.

 

Foram. O cabo partido ficava na outra calçada, em frente a Colombo, no meio das árvores. Deitei no sofá esperando a luz vir. Creio que lá por umas três e pouco adormeci. Acordei 05h16min com a luz da sala acesa. Na padaria, pela manhã, disseram que a luz veio quase 04 horas, ou seja, ficamos 20 horas sem energia.

 

Quando morava lá na Colônia, sempre que caía a luz, o seu Jari ia no transformador que ficava do lado da tendinha da dona Jussara e religava, a não ser que esse tivesse queimado, daí era esperar horas pelo restabelecimento da energia. Já em Charqueadas isso não ocorria, pois a CEEE pública sempre vinha resolver o problema em seguida, não recordo de tanto tempo sem aparecer a equipe de conserto.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 20/06/2023
Alterado em 20/06/2023
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