Algumas vezes a gente deseja escrever algo sobre um livro a fim de apresentá-lo e então percebemos que ele, por si mesmo, já vai direto ao ponto, bastando apenas saber pinçar partes que darão conta do todo - sem tirar o prazer de sua descoberta pelo leitor. É o caso de Nuvem de Papel (Editorial Casa / Inside), recentemente lançado dia 20 de abril na escola Pio XII, em Charqueadas, por Amanda de Paula.
A contracapa já informa bem o que o leitor encontrará:
"Amor. Quando pensamos nessa palavrinha tão pequenina, nem imaginamos como ela provoca estragos dentro de nós. (...) Estar apaixonada é um ato profundo de caos e desespero. E me descobri nele."
No prefácio, a autora endossa :
"Este livro contém muitas lágrimas. Algumas histórias mal resolvidas e outras resolvidas e deixadas para trás. O amor e a paixão nos pregam muitas peças. (...) Nenhuma lágrima foi em vão".
Após, Amanda de Paula vai de A à V explorando o amor, alternando prosa e verso em seus textos nas páginas de Nuvem de Papel, através de frases bem sacadas:
"Eu não sei ser rasa! Eu preciso me permitir para sentir."
"Já anotei tantas receitas aqui, que não sei se busco uma pessoa ou estou fazendo um pudim."
"Seu histórico poluía o que de mais lindo naquela música eu ouvia."
"Aí me pego pensando o quanto o amor é besta e o quanto perdoamos."
"Combinam tão rápido e descombinam no próximo."
"Não meça palavras, simplesmente porque elas não foram feitas para serem medidas."
"Quando te conheci sabia que só poderia ser um erro. E dito e feito."
"Sabe o que é mais engraçado? Eu não posso te contar nenhum dos sonhos que tive contigo."
"Saudade de te ter me desestabilizando a cada segundo do dia."
"E a risada... ai esse teu riso, esse teu sorriso."
"Espero que meus neurônios estejam te tratando muito bem."
"Se bem que tu sempre serás bem vindo, independente de qual estrago deixará."
"Certeza daquelas boas, daquelas que se acertam."
"Por que duas pessoas se encontram em um determinado ponto?"
"Outra coisa que busco todos os dias é viver intensamente o hoje."
"As coisas não são complicadas. Somos nós que complicamos."
"Todas as pessoas entram, permanecem e saem com um propósito".
"Talvez eu não tenha esse tempo. Você sabe."
"Desculpa, mas vocês costumam aparecer em meus sonhos. E isso não é nada legal."
"Não se culpe, menina. Tentou ser fria, mas o seu coração é quente".
"A vida é injusta? Talvez, menina."
Nuvem de Papel é um livro pequeno e fofo, delicioso de se ler. Já nos pega pela arte despojada e graciosa que Paulo Zettel faz no design de capa. Os textos de Amanda de Paula tem o mérito de não serem pretenciosos ou melosos, mas simples e diretos ao falar do amor que sentimos, como o sentimos, investigando-o. Logo, um tiro curto e certeiro a explorar os meandros das relações amorosas, através da experiência que a autora compartilha, filtrada por seu olhar.
Os interessados em adquirir o livro podem contatar a autora por suas redes sociais (Amanda Costa de Paula) ou pelo site da editora (Nuvem de Papel - Editorial Casa). Eu gostei.