Samba, Carnaval, futebol, praia e cerveja. Ô coisa boa, esse é o meu Brasil brasileiro, gauchesco e brasileiro!
Esses dias vi na TV que a festa de Yemanjá fez 100 anos na Bahia, agora em 2023. Pudera, a Umbanda - única religião 100% nacional - fez seu centenário apenas alguns anos atrás. Grêmio e Inter são mais velhos que a Umbanda! Aliás, também o futebol no Brasil tem apenas cento e poucos anos. O primeiro samba gravado, marco do ritmo, foi em 1916, com Donga, Pelo Telefone.
Cento e poucos anos, muito para um ser humano, mas um piscar de olhos para a história. Pensar que, lá no início do século XX, em suas primeiras décadas, nem à praia as pessoas iam, mesmo as que moravam no Rio de Janeiro, pasmem! Está lá, escrito num livro muito bom de Ruy Castro, Metrópole à beira-mar: o rio moderno dos anos 20. A Baía da Guanabara e Copacabana bem ali e as pessoas necas de pitibiriba. Logo, tudo fruto da modernidade da virada de século, principalmente no período posterior a Iª Guerra Mundial e a Gripe Espanhola. O Brasil deu um salto para o futuro e para a alegria, caiu no mar e saiu pulando as ondas e gingando na areia da praia. Somos, ainda, portanto, filhos dos anos 1910 e 20, continuamos regidos por esse signo! E por falar no Rio, no samba, na praia e no livro de Castro, lembremos que esse Carnaval que hoje conhecemos, de escolas e desfiles, é desse mesmo período e também é um processo mui bem descrito em Metrópole. Leiam esse livro, mega recomendo.
O Carnaval, claro, tem raízes culturais e históricas bem anteriores, contudo falo desse em que fomos criados, o do "samba, suor e cerveja". Ah, a cerveja, já ia me esquecendo dela. Essa vem de séculos, compondo o quadro de nossa alegria nacional, embora seja de origem alemã, como o Grêmio.
Um centenário de alegria! Cento e poucos anos de alegria!
Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, usem máscara em locais fechados, vivam, preparem-se para o Carnaval e fiquem com Deus.