Ontem, ao final de tarde, estava sentado num banco na frente da casa de um amigo, à sombra e à brisa, copo de café ao lado e violão na mão, tocando algumas canções antigas que vinham à mente, com a bicicleta encostada na cerca. Pensei que, se adormecesse e passasse para o outro lado, ao me encontrarem ali poderiam dizer: foi fazendo o que gostava, ao lado das coisas que curtia. Que coisa boba pra se pensar num momento desses, né? É que, vai ver, estava "morrendo" de felicidade ali, naquela simplicidade benfazeja, em regozijo. A gente precisa de muito pouco para estar bem e feliz. Saúde e paz.
Depois fui retocar a decoração da "ameixeira" de Natal na frente do pátio da minha casa, com os gatos e os cachorros em volta, "ajudando". Sentei no banco de corda pendurado na árvore e fiquei mentalizando as tarefas finais para o outro dia, as ideias brotando na cachola enquanto observava o saltitar das luzes de Natal, um latão de breja numa mão e um espetinho misto na outra. A vida é bela e é boa. Pode ser bela e pode ser boa, melhor dizendo. Pois existem noites de temporal, também.
Esses dias dei uma banda até Santo Amaro com um amigo, fomos no Corcel 74 GT dele. Voltei a ter 8 anos e estar na Colônia durante os anos 1970, quando andava nesse tipo de automóvel com meu pai - o "nosso" era amarelo ovo -, um tempo bom. Um passeio histórico e uma volta no tempo. Não é nostalgia, não, é revisitar o passado de boas lembranças, nunca abdicando do presente. Na mesma data ganhei um disco e um livro. Ô coisa boa.
E assim a gente vai levando a vida, trabalhando e curtindo nas folgas. Cada dia é um dia como outro qualquer, de boa, aproveitando da melhor maneira possível a passagem por esse plano físico, nesse belo mundo de natureza exuberante. Deus existe. Vamos nessa que é bom à beça.