Se não for para escrever algo que preste, então nem escreva. Se for só para ficar enchendo o saco, criticando, torrando a paciência, enchendo a página com letras a esmo ou dizendo besteira, tire os dedos do teclado, por favor. Vá tricotar. Vá andar pra fazer vento, mas, por piedade da gente, não escreva. Pelo menos hoje, não escreva.
De bestas com um teclado na mão e uma pseudo-ideia na cabeça esse mundo de Deus já está cheio, não sejas tu mais um a poluir o ambiente com uma sopa de letrinhas estragada. Tem cara que deveria estar lendo algo de proveito para abrir a mente, mas não, cisma de que já tem algo de importante a legar para o mundo e senta na cadeira, abre o notebook e mete os dedos: escreve, escreve e escreve até dizer chega, achando que fez grande coisa. Só que não, só fez porcaria. Cacaca. Titica.
Fazer o que com esses caras? Nada, né, é deixar escrever e pronto. Todo mundo tem esse direito, não é mesmo? Mas assim, ó: se não for para escrever algo que preste, que seja útil, que traga alguma emoção boa, então não escreva. Fique curtindo postagens, enviando emojis, dando bom dia no Facebook, mas, por favor, não escreva, não se atreva, não cometa esse ato absolutamente desnecessário, improdutivo e nauseabundo.
Vá ver no You Tube um vídeo do Jerry Lee Lewis jovem tocando na TV e vê se aprende alguma coisa com isso antes de vir escrever. Olhe bem pra ele martelando furiosa e loucamente o teclado do piano e tirando um som legal. Tu consegues fazer isso no compu? Algo maluco, mas emocionante? Tá ok! Não consegue? Então não escreva, pô. Nos poupe de ter de te ler e passar mal com a constatação do tempo perdido que não voltará.
Tá bom, tá bom, já tô indo dormir. Parei. Fui.
Bom dia pra quem estiver acordando amanhã de manhã.