Grêmio: volta sem brilho, mas também sem desventura

No fim de tarde na entrada de Charqueadas, após o final de Náutico 0x3 Grêmio, nenhuma bandeira azul do Imortal e poucas camisas do time. Embora o Tricolor tivesse carimbado sua volta para a Série A do Brasileirão, não havia festa, via-se apenas as bandeiras vermelhas e verde-amarelas dos apoiadores dos candidatos a presidente.

O próprio treinador Renato dizia à um repórter, ao término da partida, que não havia o que comemorar, pois o Grêmio fizera sua obrigação, tão somente. A voz do ídolo estava sintonizada com a da torcida. Nem a coincidência de ser uma vitória fora de casa contra o mesmo Náutico da Batalha dos Aflitos animava (*). O que o torcedor esperava é que o Grêmio estivesse no lugar do Cruzeiro ou, mesmo, ainda disputando o título com esse. Entretanto, o que se viu foi um Grêmio não muito diferente daquele que caiu em 2021 e que conseguiu seu retorno muito, também, pela ruindade dos adversários. Isso é por demais frustrante para uma torcida acostumada a títulos como a Libertadores da América: subir assim, sem brilho algum.

Dos que estiveram em campo, quem ficará para 2023? Breno? Leonardo? Geromel e Kannemann ainda tem vigor físico para o alto nível da A? Lucas Leiva, Thaciano, Villasanti, e Bitelo com certeza! Diego Souza, o goleador gremista? Campaz que entrou no segundo tempo e Ferreirinha, em tratamento? O Grêmio sabe que terá de contratar para a titularidade e para compor grupo, isso é certo, se não quiser reviver 2021 em 2023. Todavia, não se pode olhar apenas com negatividade para 2022, pois o Grêmio conseguiu retornar, tchê!

E isso já no primeiro ano. Pensemos nos torcedores de Cruzeiro e Vasco, o primeiro há três temporadas na B e o segundo, ainda sem seu acesso confirmado, há duas. Logo, se não foi um feito, também dá pra se ver que não é algo que todo o clube grande consegue, pelas desventuras em série citadas. E, ademais, o Grêmio é o único time de Porto Alegre que conseguiu títulos em 2022...

Aguardemos, então, por 2023 com os jogos da Série A, da Copa do Brasil e em busca do hexa no Gauchão.

Uma boa semana para todos. Cuidem-se, vacinem-se, vivam e fiquem com Deus.

(*) - Em 2005, o Grêmio garantiu o acesso da Série B para a A no mesmo Estádio dos Aflitos, vencendo o Náutico por 0x1 numa partida épica e inacreditável. O volante Lucas Leiva esteve em campo naquela oportunidade, em início de carreira. Minha esposa, colorada, disse-me agora durante o café da manhã: "O Grêmio deveria comprar o Estádio dos Aflitos, em vez Arena". Não deixa de ter lá a sua razão, eh eh eh eh eh.