João Adolfo Guerreiro
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Renoir, o Museu do Louvre e a vida

 

Quando a família de Pierre-Auguste Renoir se mudou para Paris, em 1944, ele estava com três anos e o Museu do Louvre, inaugurado em 10 de agosto de 1793, com cinquenta. Lá pelos 13, trabalhando como pintor numa fábrica de porcelanas, ia ao já sessentão museu espantar o tédio. Na década de 1860, agora estudando a sério a pintura, frequentava o Louvre como copista, ou seja, reproduzia pinturas famosas como forma de estudar as técnicas dos grandes pintores, como faziam os alunos na época.

 

Por todo esse período dá para imaginar o futuro mestre do revolucionário Impressionismo Francês vagando pelas galerias do Louvre com os olhos encantados e sonhadores do jovem Pierre-Auguste, talvez imaginando um dia ter uma de suas obras exposta ali, ao lado das dos grandes artistas da humanidade. Isso somente ocorreria em agosto de 1919, primavera, quatro meses antes de sua morte, quando, já em estágio avançado de artrite reumatoide e sobre uma cadeira de rodas, o então famoso e laureado Renoir viu seu quadro Retrato de Madame Georges Charpentier (1877, imagem acima) lá, pendurado numa parede do icônico palácio da arte francesa e mundial, mais precisamente na sala La Caze

 

O brevíssimo relato acima serve para pensarmos sobre nossa passagem por esse mundo, pelos limites impostos por nossas condições de vida, pelas escolhas que fazemos, a vida que levamos e o legado que deixamos, baseando-nos na biografia de Renoir. Vida efêmera, onde tudo passa, deixando apenas a matéria por registro. Pierre-Auguste era bom em desenho, mas muito mais talhado para a música, como atestou seu professor, o famoso músico Charles Gounod (1818 - 1893). Como a família carecia de dinheiro para custear seus estudos musicais, foi, muito cedo, para a fábrica de porcelanas. Lá, novamente, as circunstâncias interferiram, pois a impressão mecânica de imagens em 1958 o deixou desempregado. Decidiu então estudar pintura com intenções profissionais no ateliê de Charles Gleyre (1806 - 1974), onde também era aluno Claude Monet (1840 - 1926), e aqui adentramos na história do Impressionismo, por demais conhecida.

 

Renoir viu seu querido Museu do Louvre completar 100 anos, em 1893. Hoje, quando este completa 229 anos, já estamos a 102 da morte do pintor. Alguns de seus quadros estão lá. Vida efêmera, onde tudo passa, deixando apenas a matéria por registro.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 10/08/2022
Alterado em 10/08/2022
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