Boa semana!
Hoje pela manhã fui cumprir o ritual de pegar o jornal na lancheria e depois passei na padaria.
- Dez cacetinhos, três bolos-inglês e quatro pães-de-queijo.
- Uma boa semana para o senhor - disse, simpática, a atendente.
- Obrigado, igualmente - respondi.
Antes de ler o jornal e enquanto passo o café, reflito sobre o dia de se desejar "boa semana" ser a segunda-feira, embora o primeiro dia da mesma seja no domingo. Todavia, como se trabalha de segunda à sexta-feira, deseja-se "boa semana" na segunda e "bom fim de semana" na sexta. Assim segunda, mesmo sendo o segundo dia até no nome, vira o primeiro e o domingo, mesmo sendo o primeiro, vira o último dia, o da folga de "final" de semana, mesmo sendo o dia inicial. Coisa doida a realidade prática, né? Ela atropela a teoria, inverte-a e vira o sentido real das coisas, o sentido, justamente, prático, aquele que rege de verdade a vida social no cotidiano.
"O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, mas a ilusão do conhecimento". Vi essa postagem no Facebook esses dias e a compartilhei, mesmo sendo polêmica a sua autoria, se do físico inglês Stephen Hawking (1942 - 2018) - como era atribuída na postagem - ou do escritor estadunidense Daniel Boorstin (1914 - 2004). O fato é que o pequeno Joãozinho nunca se deu conta de que domingo era o primeiro dia da semana e, inclusive, era até arrogante com esse saber oriundo da vida prática, do senso comum. Quando leu na Bíblia que o sábado era o sétimo dia, achou os hebreus muito ignorantes. Como assim, o domingo é o sétimo dia! Deveriam, pois, guardar o domingo, justamente o dia da missa, para o Senhor. "Santa ignorância", como diria o menino prodígio para o Batman. O fato é que, não importa se Hawking ou Boorstin, a frase é correta e o domingo é o primeiro dia, mesmo que, na prática, seja o último e na segunda-feira se deseje boa semana.
Escrevi tudo isso só para desejar para vocês o mesmo que a atendente da padaria me desejou: uma boa semana para todos, cuidem-se e fiquem com Deus.