João Adolfo Guerreiro
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A casa dos livros, no Parcão

 

Ontem fui à Biblioteca Municipal Professora Vera Maria Gauss. Fazia mais de dois anos que não ia lá. Aliás, fazia mais de dois anos que não ia há muitos lugares devido à pandemia, por observância aos protocolos de cuidados. Coisa boa poder voltar à vida quase normal. Assisti na TV da AL/RS o jornalista Elmar Bones falando sobre quando editou os doze fascículos da História Ilustrada de Porto Alegre para o jornal Zero Hora, em 1997. Lembrei de ter visto esse material lá e resolvi conferir, visto que escreveria sobre "escrever" e "livros" nessa semana, pela passagem do Dia do Livro no sábado, 23.

 

Chegando lá, percebi que a Biblioteca Municipal já teve dias melhores. Soube que em janeiro arrombaram o prédio e furtaram o roteador da mesma, deixando-a (deixando-nos) sem internet. Uma das janelas, inclusive, está totalmente aberta, eis que o vidro foi quebrado. O banheiro masculino está desativado, servindo de depósito de livros, visto que algumas estantes desabaram durante a pandemia. Infiltrações pelo telhado afetam até mesmo, parcialmente, o sistema de iluminação. Todavia, aquela casa dos livros está lá, resistindo bravamente, aberta ao público e com uma bibliotecária formada ali servindo, o que é uma baita mão na roda, ou, mais apropriadamente, uma mão nos livros. E é uma bela biblioteca, não temos do que reclamar em Charqueadas: um prédio bonito, ensolarado e bem localizado no Parcão à entrada da cidade.

 

Constatei que a memória, por vezes, engana. No acervo constava as histórias ilustradas do Rio Grande do Sul e do Brasil, também da Zero Hora, com a mesma encadernação dos fascículos em capa dura, motivo de meu engano. Sem problemas. Entre livros da década de 1930 (Viana Moog e Érico Veríssimo) e gibis dos anos 1970 (como um raro Tex nº 22 de 1972 e um Tio Patinhas de 1977), passei o final de manhã e início da tarde de boa, eis que a Biblioteca Municipal funciona direto das 09h às 15h, de segunda à sexta-feira.

 

Biblioteca tem tudo a ver com livro, inclusive pela etimologia da palavra: cofre ou depósito de livros. Prefiro casa, acho mais apropriado. O legal da biblioteca, especialmente das públicas, é que ali o livro está disponível tanto para empréstimo - a maioria - quanto para leitura no local, espaço aberto ao interesse literário de todos os leitores - na Biblioteca Municipal Vera Gauss tem um vasto acervo em braile e CD para deficientes visuais. As bibliotecas particulares têm acesso limitado e as livrarias são para vender livros. Assim, viva as bibliotecas públicas, prato cheio, ou melhor, estante cheia para aqueles que gostam de literatura, livros e leitura.

 

A casa dos livros está lá no Parcão, aberta e pública, esperando você passar por ali. Vida longa para ela. Abaixo, umas fotos que registrei no local.

 

 

 

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 27/04/2022
Alterado em 27/04/2022
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