João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Textos

Escrever

 

Literatura é vida, escrever é viver. A frase diz muito sobre como encaro a coisa. Melhor explicada, seria dizer que a literatura faz parte da vida e que escrever faz parte de um modo de viver, caracterizando-o. Entende bem quem também escreve.

 

Meu primeiro texto publicado foi em 1990 ou 1991, um artigo para o extinto jornal A Semana, de São Jerônimo, chamado As viúvas da ditadura. Nunca imaginei que esse tema estaria ainda atual em 2022. À época, recebi réplica do Beto Gaúcho (não lembro do nome dele, somente do apelido), noutro artigo intitulado As solteironas virgens. Embora de temática atual, ambos soam datados, eis que as viúvas (a direita 1964) estão no poder e as solteironas (a esquerda) casaram com o poder e perderam há muito a virgindade, inclusive desejam casar de novo com ele em outubro.

 

Desde 1997, há 25 anos, escrevo regularmente para a imprensa local, passando por Diário de Charqueadas, A Região e, atualmente, no Portal de Notícias. Nos dois primeiros era ainda o tempo da mídia impressa, com a qual me criei, onde lia meus heróis cronistas nos jornais e na qual depois, meu sonho, passei a escrever crônicas e artigos nos semanários regionais. No Portal também foi assim de começo, escrevia às terças-feiras, mas agora ele é exclusivamente online, coisa com a qual tive de me adaptar, pois nunca pensei em escrever "às ganhas" na internet. Sou um cara do século XX, constato que tenho mais em comum com as pessoas do século XIX do que do XXI, pois aqueles usavam telefone residencial, liam jornais, revistas e livros, da mesma forma que eu na segunda metade do século passado. Da geração dos meus pais para a minha, o paradigma tecnológico midiático apenas se aperfeiçoou; da minha geração para a da minha filha, tal paradigma foi superado por um novo. Quem, nascido no final dos anos 1990 em diante, ainda lê jornais e revistas impressas? Quantos ainda tem livros em casa? Quem ainda vai a uma biblioteca? Outros tempos, novos paradigmas.

 

Comecei a contribuir regularmente com o Portal em julho de 2012 (*), há 10 anos. Com a versão online, desde janeiro de 2018, há quatro anos. Antes, em 25 de abril de 2006 – 16 anos completos ontem -, passei a publicar textos no site de literatura Recanto das Letras por indicação do poeta charqueadense Daynor Lindner. Não estava com muita vontade, comecei mais por curiosidade, mas fui tomando gosto pela interação literária com outros autores amadores que o Recanto propicia, tanto que, via o mesmo, passei a usar uma assinatura modalidade Site do Escritor, o www.souzaguerreiro,com. Pronto, o parente distante dos cronistas dos séculos XIX e XX estava incluso na forma de escrever e publicar do século XXI, a virtual. E a mágica do mundo das mídias virtuais, que dão uma visibilidade - e um retorno - que os armários e escrivaninhas nunca deram nos tempos onde apenas existiam os impressos (jornais, livros e revistas) como mídia empresarial ou independente, é ter facilitado, barateado e ampliado muito a expressão e publicação de textos. Em termos de internet o número de acessos às publicações de meu site é irrisório (um total de 176.531 no período), mas para um escritor, músico e compositor amador residente num município do interior do Rio Grande do Sul consiste na expressiva interação com um público - leitores e colegas literatos - que, de outra forma, não teria acessado os textos por mim produzidos e com o qual não interagiria.

 

Por meio dos jornais, de eventos locais como o Sarau Literário de Charqueadas ou de publicações em livros via coletâneas como a Mostra Literária de Charqueadas, era impossível, no antigo paradigma, atingir pessoas e literatos de outras cidades, estados e países pela mídia impressa. Hoje, tudo é possível, o planeta conectado é o limite.

 

Adoro isso, pois, reafirmo, a literatura, para mim, faz parte da vida, e escrever faz parte do que é viver. A fim de fazer esse texto, vim para a biblioteca pública de Charqueadas, após mais de dois anos e meio de ausência devido à pandemia. Aqui, volto às origens, reflito sobre a passagem do tempo e me inspiro.

 

Finalizando essa crônica sobre o ato de escrever, deixo abaixo um acróstico que publiquei no Recanto das Letras logo que nele iniciei, em 2006:

 

Literatura: significado pessoal

 

Liberdade
Independência
Transparência
Expressão
Realização
Amor
Trabalho
União
Razão
Ardor

Ética

Virtude
Imperfeição
Deus
Atitude
!!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

 

(*) - Na verdade, tenho duas datas como referência inicial no Portal de Notícias: a primeira vez que publiquei um texto aqui foi em 9 de junho de 2012, o artigo sobre cultura intitulado "Marilyn Monroe, o ícone pop do século XX";  a segunda vez, naquele mesmo ano, foi dia 3 de julho, o artigo sobre política "O que realmente interessa nessas eleições?". Entretanto, foi a partir do texto do dia 3 que comecei a colaborar regularmente com o jornal, na versão impressa das terças-feiras, basicamente com crônicas, minha paixão.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 26/04/2022
Alterado em 26/04/2022
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