Domingando de Ramos pela cidade
A missa mais legal do ano é a de Ramos, na minha preferência. O povo na rua, ramos em movimento nas mãos, o padre joga água no pessoal e todos entraram juntos na igreja para a missa. Um barato. O padre Miguel todo de vermelho, um sobrevivente da Covid-19. Quase se foi em 2020, ficou dias entubado, mas ei-lo neste Domingo de Ramos, conosco. Demos graças a Deus por essa benção.
É a primeira missa de Ramos a que vou acompanhar meus familiares após dois anos e, confesso, ainda sestroso com aglomerações, mesmo com três doses no braço. Entretanto, com 90% das pessoas usando máscara, senti-me seguro na igreja. Em Torres, onde estive no final de semana passado, deu-se o inverso: 90% dos fiéis sem máscara. Assisti a missa da rua. Outra diferença: a proporção de jovens na celebração litorânea era bem maior. Voltemos à Charqueadas.
Os ramos utilizados na missa devem ser guardados até o ano seguinte para, já absolutamente secos, serem utilizados na Quarta-feira de Cinzas como, justamente, cinzas, aquela que o padre usa para riscar a cruz na testa das pessoas. Sabiam disso? Pergunto por que hoje, no telejornal Hora Um, o apresentador Roberto Kovalick e a jornalista Paula Paiva comentavam uma matéria sobre o assunto e assumiram que souberam apenas agora disso. Pois é, o quanto desconhecemos desse mundo, não é mesmo? Mesmo acerca de coisas tão corriqueiras de nossa cultura religiosa.
Um Domingo de Ramos com a pandemia em queda e as pessoas reunidas, entoando os cantos de louvor. Lembro que o pai do Paim, o tecladista da missa, teve covid, mas, ao contrário do padre, não sobreviveu, infelizmente. Essas lembranças vão estar presentes por um bom tempo na memória da maioria de nós. O seminarista fez a homilia, lembrando do significado da Semana Santa que, a cada ano, é única, pois renova liturgicamente a experiência original ocorrida lá no século I (ver texto da sexta-feira passada, no link abaixo).
Saímos dali domingando pela cidade, aproveitando a vida ao ar livre e o ar nos pulmões. Deu pra passar numa cafeteria nova que abriu no Centro para um comes&bebes, tomando, claro, os devidos cuidados. Sempre e ainda tomando os cuidados sanitários. pois as conquistas em relação à pandemia devem ser consolidadas e aprofundadas, visando o bem comum e o horizonte de uma vida plenamente normal, herança para os que iniciam sua jornada por esse mundo.
Rumemos então para a Sexta-feira Santa e o Domingo de Páscoa, nessa semana mor da cristandade. Uma boa Semana Santa para todos. Cuidem-se e fiquem com Deus.
Leia mais:
Jornal Portal de Notícias: Domingo de Ramos em setembro?