Dois anos de pandemia no Brasil
Há dois anos iniciava a pandemia do novo coronavírus no Brasil, com um caso de Covid-19 identificado em São Paulo, em um homem de 61 anos que recentemente estivera na Itália. No dia 10 de março foi o primeiro caso oficialmente registrado no Rio Grande do Sul, enquanto na região Carbonífera o primeiro caso foi dia 20 de março, na cidade de Charqueadas.
Mas, se a vida é o que mais importa, o marco brasileiro do início da pandemia em nosso país é o primeiro óbito, o seu efeito mais nefasto, vitimando uma mulher de 57 anos, também de São Paulo, no dia 12 de março de 2020. No Estado o primeiro óbito foi dia 24 de março e, na região, dia 13 de maio, em Arroio dos Ratos. O primeiro profissional de saúde quem tombou no exercício do seu dever de salvar vidas no RS foi a técnica de enfermagem Mara Rúbia Silva Cáceres, 44 anos, residente em Alvorada e funcionária do Hospital Conceição. De lá para cá, até ontem, em dados oficiais, foram 654 mil mortes no Brasil, 38.600 delas no Rio Grande do Sul e 451 na região Carbonífera. Se levarmos em conta tanto a subnotificação de casos quanto de óbitos, estaríamos, na realidade, nos aproximando do milhão de óbitos.
Se é fato que as mortes diárias estão em queda, ainda sim, no mesmo dia, foram registrados os óbitos de 559 brasileiros e 54 gaúchos, números altos, dolorosos e lamentáveis. Ainda morre mais gente de Covid-19 no Brasil do que na Guerra da Ucrânia e, em ambos os casos, se trata de mortes evitáveis. Nos dois casos, as trapalhadas, descasos e escolhas administrativas conscientes dos governos e a prioridade que deram a interesses econômicos em políticos em detrimento da defesa da vida humana foram o grande motivo desse imenso horror. E, tanto num quanto noutro caso, são o fanatismo e a ignorância que contribuem para o quadro: antivacinas e negacionistas de um lado, radicais belicistas de outro. Todos, igualmente, sacrificando vidas humanas por ideias torpes.
A perspectiva agora é de que a pandemia esteja, graças à Deus, à Ciência e ao trabalho infatigável dos profissionais da Saúde, caminhando para o seu final ou para seu controle. A grande responsável por isso são as vacinas que, a despeito das fake news criminosas dos antivacinas nas redes sociais, protegem a vida das pessoas e limitam a circulação do coronavírus, impedindo o surgimento de novas cepas. Roguemos para que a altamente transmissível Ômicron seja a derradeira das variantes. E, assim, a vida começa a voltar ao seu normal.
Tanto que no Brasil a discussão do momento é sobre a necessidade de se continuar ou não com o uso de máscaras. Como imaginar isso há um ano, quando recém a imunização da população iniciava? O que importa é que fica, de tudo isso, a lição de que a vida humana deve ser, sempre, a prioridade absoluta e de que o conhecimento científico é o melhor instrumento para isso e para nos livrar de nossa ignorância.
Um bom final de semana para todos, Cuidem-se e fiquem com Deus.