João Adolfo Guerreiro
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Mulheres, vocês sabem quem foi essa mulher?

 

A mancha alva na foto acima, única no meio daquela alcateia trajando ternos escuros, é Carlota Pereira de Queirós. Vocês sabem quem foi ela? Já ouviram falar dela? Pois bem, se não, essa crônica foi escrita especialmente para vocês, mulheres.

 

Dia 13 de fevereiro passado comemoramos os 130 anos de nascimento da paulista Carlota de Queirós (1892 - 1982), médica, escritora, pedagoga e política brasileira. E o motivo dessa crônica ser escrita é quanto à última faceta dessa prodigiosa mulher, por fato pioneiro: foi a primeira deputada federal eleita no Brasil. Na imagem acima, ela está participando dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1934/35. Exerceu mandato até 1937, ano em que Getúlio Vargas deu o Golpe de !937, fechando o Congresso nacional e criando o chamado Estado Novo. Por ironia, foi ele também que, em 1932, liberou geral o voto e as candidaturas femininas no Brasil. O Brasil sempre foi um país rico em contradições.

 

Pois prestemos bem atenção nessa data,1934, ano em que Carlota foi eleita. Significa que desde a Proclamação da República, em 1889, por 45 anos, não tivemos representante feminina na Câmara Federal! E já se vão tão somente 88 anos desse pioneirismo. Pior do que isso: só houve de fato uma mulher Chefe de Estado no Brasil, em 2010, com Dilma Rousseff, após 121 anos de República! E, nesse quesito, a Monarquia se saiu melhor, pois nela registramos, pelo menos, as regências provisórias das princesas Leopoldina e Isabel, nas ausências, respectivamente, do esposo (Dom Pedro I) e do pai (Dom Pedro II). O machismo socializado e institucionalizado foi e continua sendo uma das marcas da República e da sociedade brasileira, embora os avanços obtidos até hoje.

 

Voltemos para a biografia de Carlota de Queirós (foto abaixo). Voltemos? Não, voltem vocês, minhas caras. Ou não acham que Carlota merece uma boa pesquisada no Google, a fim de saberem mais sobre essa grande figura da história do empoderamento feminino em nosso país? Pois então, vão nessa, mulherada. Ah, os homens que não ficam justificando seu atávico machismo socializado podem pesquisar também, como já fez esse cronista. De minha parte, foi um grande prazer conhecê-la, dona Carlota. 

 

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 09/03/2022
Alterado em 09/03/2022
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