João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Ninguém conhece melhor nossos medos do que nós mesmos

 

O medo preserva a vida, faz parte do instinto de sobrevivência. "Enquanto corro, minha mãe tem filho vivo", dizia um ditado dos meus tempos de guri. Bater em retirada, recuar, é uma tática a ser considerada. Se os alemães (imagem acima) a tivessem considerado em Stalingrado, assim como os russos a utilizaram no início da Operação Barbarossa....

 

Desconfiem dos que só sabem ir pra frente, sempre. Recuar é um movimento tático, não estratégico: perde-se uma batalha, mas não a guerra. Os confederados não recuaram, não deram a volta em Gettysburg e isso lhes custou a derrota na guerra civil americana, ou seja, a tática equivocada numa batalha comprometeu toda uma estratégia de guerra. Sun Tzu, em seu famoso livro A arte da guerra, ensina sobre recuos táticos, evitando, assim, perdas estratégicas, irremediáveis.

 

O medo é um estado emocional que nos leva a refletir sobre determinada ação, acerca de suas consequências e sobre as vantagens ou desvantagens de a realizar, levando à decisão de como agir ou se é prudente e pertinente agir naquele momento. O medo é um conselheiro realista. Não o medo que paralisa, patológico, incontrolável, quase fóbico, mas o medo salutar, benfazejo e lúcido, o que alerta. O medo lúcido e conselheiro nos instrui sobre como enfrentar determinada situação, avaliando seus perigos e possibilidades. Por agirmos mediante a cautela do medo, não comprometemos inutilmente nossa sobrevivência. O general Custer não teve medo em Little Big Horn, logo, não avaliou com a devida cautela e lucidez a situação e...

 

Viver é sobreviver, correndo riscos calculados. Assim, se acuados, recuem, taticamente, pois não nascemos ontem e, portanto, não devemos morrer inutilmente hoje. Ninguém conhece melhor nossos medos do que nós mesmos e essa é uma grande vantagem a fim de os utilizar com sabedoria, em proveito próprio. Como disse a médica brasiliense Jule Santos, "ter força não é o mesmo que não ter medo, ter força é comparecer". Ser forte é comparecer, levando em conta os conselhos sábios que o medo nos dá perante o perigo insofismável.

 

Não ignorem os seus medos, os respeitem e os utilizem em proveito próprio. Ignorem os tolos que zombam do medo, pois esses desconhecem a verdadeira sabedoria de vida advinda da natureza humana em sua completude experencial.

 

Vivam bem e com saúde. Sobrevivam hoje para viverem amanhã. Cuidem-se. Uma boa sexta-feira e um ótimo final de semana para todos.

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 04/02/2022
Alterado em 04/02/2022
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