João Adolfo Guerreiro
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Textos
Dia de Reis, término do Natal

Hoje encerra o período de Natal, esse processo e refúgio de esperança. O Dia de Reis simboliza o dia (convencionado) em que os "magos que vieram do oriente à Jerusalém", conforme o relato do Evangelho de Mateus - único evangelho onde aparecem, assim mencionados -, visitam o Menino Jesus em Belém e lhe entregam de presente o ouro, o incenso e a mirra. Toda a tradição subsequente, principalmente via o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (673 - 735), é que atribui aos magos o título de reis, define quantos eram, lhes dá nomes - Baltasar, Belchior e Gaspar - e origem.

O fato é que tradicionalmente hoje, quando encerra o Natal, é que desmontamos o Presépio (1), a árvore de Natal e os demais enfeites alusivos ao período. Como já disse em texto anterior, o período natalino inicia no primeiro dos quatros domingos do Advento e tem seu ponto alto no dia 25 de dezembro. Em todo ele, lembramos do nascimento de Jesus e da esperança que sua chegada a esse mundo e passagem por ele nos trouxe, chama de amor viva que persiste até os dias atuais iluminando caminhos, esclarecendo mentes e aquecendo corações.

Hoje fui na casa de meus pais desmontar as luzes de Natal. Coube a mim fazer isso, pois meu genitor, viúvo, faleceu recentemente. Através deles aprendi o gosto pelo Natal, essa festa que também possui um valor familiar muito importante em nossa sociedade. Natal é, em muito, família reunida na noite do dia 24. Tivemos a graça e a benção de meu pai estar conosco dias 24 e 25, no seu último Natal em vida. A partir de 2022, toda vez que iniciar a decoração natalina no primeiro domingo do Advento, o estarei fazendo por mim, por minha família e em memória dos meus pais, comemorando o nascimento de Jesus.


(1) - Mateus não menciona o "presépio", apenas diz que Maria deu a luz em casa e que os magos, seguindo a estrela do Oriente, chegaram em Belém e nela entraram - em Mateus, José não estava em casa. O evangelhista Lucas endossa que o nascimento foi em Belém, mas relata o nascimento na estrebaria e a manjedoura, narrando que José chegou na cidade e não conseguiu hospedagem. Assim, vamos vendo,  a versão representada no atual presépio somou fatos e personagens das duas versões bíblicas numa só, como vemos na imagem que ilustra essa crônica.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 06/01/2022
Alterado em 06/01/2022
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