João Adolfo Guerreiro
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"Paredão de contágio"

O recente "aviso de risco" - primeira fase do Sistema 3As de Monitoramento/RS - do governo estadual gaúcho destinado às prefeituras de todas as 21 regiões do estado, acentua algo esperado (1): a alta transmissibilidade - já observada pelo mundo - da variante Ômicron, que já circula comunitariamente no Rio Grande do Sul desde dezembro.

"Número de contaminações cresceu a média diária de 5,7 para 75,9 (a cada 1 milhão de habitantes) entre a última semana de dezembro e a primeira de Janeiro" (2) - é o que lemos no jornal Zero Hora de hoje, endossando o motivo do aviso de risco. Em sua live no You Tube do dia 22 de dezembro (3), o doutor em microbiologia Átila Iamarino já havia alertado sobre o "paredão de contágio" que a Ômicron causou na África, Europa e Estados Unidos. O que ele quis dizer com isso? Observando-se a imagem acima, podemos ver o gráfico da Dinamarca (em azul), país onde quase 80% da população possui duas doses da vacina. Percebam que a linha de subida de contágios não faz uma curva, na forma de onda, mas sim é vertical, lembrando uma parede.

Como - boa notícia - o número de internações hospitalares e óbitos por Covid-19 não acompanhou a vertiginosa subida do "paredão de contágio" nos países onde a variante predomina - embora recém esteja atingindo principalmente pessoas dos 0 aos 30 anos -, Iamarino ressalta que, mesmo não possuindo maior ou menor letalidade que suas predecessoras, a Ômicron está esbarrando na proteção que as vacinas dão contra a infecção, mesmo circulando entre pessoas imunizadas com duas doses, como se verifica na Europa e EUA. Por outro lado - má notícia -, observa-se que 80% das internações hospitalares por ela motivadas são de pessoas que não tomaram vacina, as crianças aí incluídas, o que indica a necessidade urgente de vacinação destas - a partir dos 54 minutos de sua live, Iamarino trata especificamente de vacinação infantil, recomendo assistir. As pessoas dos grupos de risco, principalmente idosos e imunossuprimidos, devem tomar as doses de reforço indicadas a fim de obter maior proteção.

Com as aglomerações vistas nas festas de fim de ano, especialmente no litoral, é de se esperar que a tendência de crescimento continue no RS. Gustavo Bochi, gerente de uma farmácia São João de Capão da Canoa, disse para ZH que "a partir do Natal, a demanda por testes e o número de positivos aumentaram bastante. Chegamos a fazer, em média, cem exames por dia e, domingo, a frequência de positivos chegou a 70%" (4).

Para evitar que o "paredão" visto na Europa se repita aqui, a receita é a mesma de sempre: usem MÁSCARA, observem o DISTANCIAMENTO SOCIAL, tomem VACINA, LAVEM AS MÃOS com água e sabão ou álcool 70% e EVITEM AGLOMERAÇÕES. Se há uma coisa que aprendemos com essa pandemia é que o comportamento da sociedade é vital para o controle do espalhamento viral. Colaboremos para isso, face ao aviso de risco.

Cuidem-se e fiquem com Deus.


(1) - Jornal Portal de Notícias, João Adolfo Guerreiro: Tomem vacina e usem máscara
(2) - JACOBSEN, Gabriel. Média diária de novos casos dispara e governo emite avisos. Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 5 jan. 2022, p. 14.
(3) - You Tube, Átila Iamarino: A variante Omicron é mais leve?
(4) - CUSTÓDIO, Aline; DIHL, Bibiana. Cresce a procura por exames. Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 5 jan. 2022, p. 15.
 
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 05/01/2022
Alterado em 05/01/2022
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