João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Textos

Depois de um ano, mais outro ano: o mesmo ano

"A vida quando acaba Cabe em qualquer lugar E a violência travestida Faz seu trottoir" - Humberto Gessinger.

Um ano depois, eu aqui de novo, comemorando a vida e a saúde ao final de 365 dias e lamentando por aqueles que partiram, desta vez, ao contrário de 2020, pessoas bem próximas, graças à Deus não estatística fatal da pandemia, embora isso não faça diferença quanto ao resultado final.

Em 30 de dezembro de 2020, mesmo com a pandemia, o Natal tinha sido legal, com cada um em sua casa, todo mundo ok. Nesta data, porém, minha mãe cai e quebra o fêmur, à noite. Possuía muitos planos à médio prazo para ela em março de 2020, mas a chegada da pandemia no Brasil os soterrou momentaneamente, acreditava eu. Depois de 30 de dezembro de 2020, estabeleci planos de curto prazo para ela que, com a piora de sua saúde, foram por água abaixo. Os de curtíssimo prazo também dançaram sua marcha fúnebre em 6 de setembro de 2021.

Então me agarrei em meu pai como uma bengala. Possuía planos de médio prazo para ele que, igualmente, em menos de um mês se esvaíram por completo, face ao resultado de um exame. Estabeleci planos de curto prazo que, não demorou muito, a realidade revelou serem quimera. Pelo menos os de curtíssimo prazo, parcialmente, consegui realizar: conheceu a bisneta nascida em 18 de setembro e passou o Natal conosco, mas também num 30 de dezembro, agora de 2021, desencarnou. Minha irmã deu a bengala que ele usava para mim guardar. Entretanto, lhes confesso, estou totalmente bambo. Não imaginei, em 31 de dezembro de 2020, que passaria por tudo isso. Aliás, nunca imaginei a partida deles dessa forma. Essa vida é muito maior do que a gente.

Saindo do familiar e indo para o social, escrevi aqui no último dia de 2020, sobre o ano vindouro: "Serão 365 dias nos quais também haverá dificuldade. Aqui na região e no Rio Grande vemos que a situação está inesperadamente mais complicada do que foi no inverno e que os prognósticos para janeiro causam temeridade. O Brasil passa por um repique. Entretanto, sabemos que expectativas quanto ao que está acontecendo são frágeis, visto que algumas não se confirmam para pior, outras se saem muito pior do que o melhor esperado e ainda temos o inusitado surgindo do nada, por vezes. Logo, sei lá, intuo que 2021 será o ano das barreiras serem superadas, completando-se o necessário aprendizado da humanidade na busca da solidariedade e do altruísmo edificantes nesse plano físico. As vacinas já estarão por aí, literalmente semeando esperança benfazeja em nossas veias".

O repique foi igualmente aterrador em todo o Brasil, com 80% das mortes da pandemia, até agora, ocorrendo em 2021. Março e abril foram desesperadamente letais, ou seja, muito piores do que o esperado, além dos pesadelos. Vejo que estava otimista demais. As vacinas vieram, mas não a tempo de impedir o morticínio. Somente agora estamos com os índices de março de 2020, do começo da pandemia, benção fruto da imunização coletiva. A Ômicron nos causa preocupação, contudo não estamos mais à mercê do vírus como em dezembro de 2020, eis que avançamos já para a terceira dose das vacinas e, mesmo com as protelações de nosso lamentável governo, a vacinação para as crianças está próxima.

Elas por elas, repito a imagem do texto de 2020 (link abaixo), eis que ainda não temos a certeza de que estamos saindo do longo ano da pandemia, que já dura 22 meses. De fato, ainda estamos nele, embora, novamente, tenhamos motivo para crer que ele começa a ficar para trás. Quero repetir algo que igualmente escrevi naquele texto de 2020: "O melhor e o pior da humanidade estão claros como nunca, plenamente visíveis, quase transparentes: a verdade e a farsa, o caminho e o descaminho, o amor e a prostituição. O melhor e o pior em ti, também. Nas pessoas que te cercam. Em todos. E cada um tem o seu trottoir. Para caminhar, para conhecer, para conhecer-se".

Amor, saúde e paz para todos em 2022.

Leia mais:
Crônica (31.12.2020) - Final de ano
Crônica (21.06.2021) - O último inverno da pandemia... (!?)

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 31/12/2021
Alterado em 21/01/2022
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