João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Preocupados com o Carnaval?! Sério?

A discussão nas redes sociais, caixa de ressonância das opiniões do povão sobre as questões que afligem a sociedade, agora se volta para o Carnaval. Vai ter Carnaval em 2022, mesmo com a pandemia? Já digo de cara: apenas se você é uma pessoa que se vacinou, usa máscara, observa o distanciamento social e foi contra o retorno das aulas presenciais, a liberação dos estádios de futebol e templos religiosos e demais flexibilizações, tens moral para fazer tal pergunta. Do contrário, não.

Dito isso, vamos a questão do Carnaval. Se pode ter aula presencial com crianças ainda não imunizadas, por que não pode ter Carnaval? Se pode 60 mil pessoas no Mineirão, 30 mil na Fonte Nova e 15 mil no Beira Rio – a maioria sem máscara e não observando o distanciamento social -, por que não pode ter Carnaval? Resposta: não pode ter Carnaval porque a pandemia ainda não acabou, simples assim. Logo, o problema, hoje, não é o Carnaval 2022, que praticamente já está condenado pela quarta onda mundial de Covid-19 na Europa e Estados Unidos, mas sim as escolas, estádios de futebol e templos religiosos aglomerando gente, enquanto ainda não chegamos a pelo menos 90% da população vacinada com duas doses e um percentual alto de reforço. A quarta onda pelo mundo e a nova variante africana estão nos mostrando claramente isso: flexibilizamos demais na hora errada, pois o vírus ainda não foi vencido no planeta e é um problema mundial, não nacional. É ruim, mas é fato.

Então não apenas o Carnaval não pode sair, mas também todas as liberações e flexibilizações deveriam ser, em parte, revistas em benefício da saúde pública, a fim de que se evite a quarta onda no Brasil, mesmo sabendo-se que, possivelmente – e felizmente -, ela poderá ser mais de casos do que de óbitos, devido à vacinação que, apesar do negacionismo do governo federal em particular e dos grupos antivacina em geral, avança no Brasil, protegendo as pessoas e salvando vidas. E isso é importante num país que já deve estar na casa do um milhão de mortes por Covid-19. Sim, o doutor em Microbiologia e youtuber Átila Iamarino acertou na sua previsão. Embora os números oficiais indiquem 600 mil óbitos notificados, sabemos que a subnotificação de óbitos brasileira gira em torno de 45%. Quem disse isso? OMS, Universidade de Oxford e Fiocruz. E, se temos cerca de um milhão de óbitos, devemos ter algo em torno de 100 milhões de brasileiros já contaminados pelo coronavírus, eis que a taxa de letalidade real da Covid-19 varia em torno de 1%.

Então, de boa, não se preocupem com o Carnaval, lá adiante, mas sim com o que acontece agora, onde muita coisa nos deixa desprotegidos, de portas abertas para uma nova onda de Covid-19 nessa pandemia e à mercê de seus efeitos mortais. E rezem e torçam para que essa nova variante africana seja coberta pelas vacinas hoje existentes.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 29/11/2021
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