João Adolfo Guerreiro
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Obrigatoriedade das aulas presenciais?

Segundo tempo, último minuto dos descontos, o zagueiro vai dar um drible dentro da área, perde pro centroavante adversário e tomamos um gol. Imagina ser rebaixado ou perder um título dessa maneira? Devemos permanecer vigilantes até o último minuto! "Marcou bobeira, já era", já cantou o Musical Saracura.

Vejo que estamos num momento parecido nesta pandemia aqui no Estado. Tudo melhorando, vacinação avançando e mortes despencando, o campeonato contra a Covid-19 sendo ganho, mas inventam de retomar a obrigatoriedade das aulas presenciais. Pra que isso, se a pandemia ainda não foi totalmente controlada? Pra que ultrapassar, sem a certeza absoluta, com vidas ainda estando em jogo? Nem os estádios de futebol tiveram ainda sua capacidade liberada, então por que fazer isso com as escolas?

Mesmo nos estádios, é o que se vê: pessoas não seguindo à risca protocolos de máscara e distanciamento que, bem sabemos, ainda são essenciais, mesmo com o avanço das vacinas. Como pensar que nas escolas não ocorrerão descuidos semelhantes? E, assim, como obrigar pais a enviarem filhos para a escola em novembro, quando faltam apenas dois meses para o término do ano letivo? Qual a imperiosa necessidade disso? O bom senso não indicaria a medida para o próximo ano letivo, com a pandemia certamente já debelada?

O sindicato das professoras estaduais, o Cpers, conforme matéria publicada ontem no Portal de Notícias, foi claro, destacando, dentre outros, os seguintes aspectos:
- "A situação de abandono impede estas instituições de cumprirem com os protocolos sanitários".
- "A obrigação do retorno presencial mediante o sucateamento das escolas e a falta de RH, expõe estudantes, educadores, funcionários e comunidade ao iminente risco de contaminação pelo coronavírus". 
- “A vontade dos pais e/ou responsáveis também não foi levada em conta. Seguros ou não, terão de mandar seus filhos para a escola sob o risco de sofrerem penalidades". 
- "É no mínimo uma atitude irresponsável e que só atende aos interesses do governo com as empresas privadas ávidas pelo mercado que a educação”.
- "As crianças menores de 12 anos estarão mais expostas, visto que para esta faixa etária ainda não há vacina disponível."

Tendo a concordar com as observações da entidade, principalmente com a primeira e com a última. A situação das escolas em termos de funcionários e manutenção permitirá a observância rigorosa dos protocolos sanitários? Não seria melhor aguardar a imunização das crianças menores de 12 anos? Num país que oficialmente já possui mais de 600 mil mortes na pandemia - podem ser um milhão, se levada em conta a subnotificação apontada pela ONU e por estimativas científicas -, creio ser mui pertinentes tais alertas.

O escritor estadunidense Thomas Charlton escreveu em 1809 que "O preço da liberdade é a eterna vigilância". Alterando-a para "O preço da liberdade e da vida é...", a frase ficaria bem adequada aos dias autais. Creio que devemos manter a perseverança por este caminho, o da defesa da vida em primeiro lugar, acima de qualquer outro interesse. Cada vida importa. Nenhuma a menos.

Um bom final de semana para todos. Cuidem-se e fiquem com Deus.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 29/10/2021
Alterado em 29/10/2021
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