João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Textos
Ele morreu

Ouviu o pai resmungar alguma coisa lá na sala, meio lamentoso. Foi lá ver o que era.
- É, mais um ser humano. Era um grande ator.
- O que que foi, pai?
- Morreu o Tarcísio Meira.
- Ah, morreu...
- Sim, ele morreu. Era visto que ia, né?

Ficou quieto, nem comentou nada, pois intuiu o que incomodou o pai com a notícia. Voltou para o quarto, achou que era melhor continuar a reforma e deixá-lo sozinho. Na mesa, na hora do almoço, o pai voltou ao assunto.
- Pois é, se foi o Tarcísio Meira.
- É, que bosta.
- É.

Depois do almoço, ouviu-o na sala dizendo pro neto:
- Ele morreu, o Tarcísio Meira.
Nasceram no mesmo ano. Ambos já com a imunização completa.
- Doença danada essa...

- Pai, quer vir aqui ver como está ficando a reforma?
- Não, não tô legal, tô incomodado hoje. Vou lá deitar um pouco.

Novamente não tinha o que responder. O que diria pro pai? Estar ali, ao lado, era o possível e o suficiente. Viver é sobreviver.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 12/08/2021
Alterado em 12/08/2021
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