João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Textos
O cinquentenário do Barão GG

Coisa boa começar uma segunda-feira invernal com sol quente e de bom humor, mesmo nesse tempo de desgraceiras e estupidez. Adoro ser cronista, eis uma coisa que sempre desejei e consegui ser. O cronista é, invariavelmente, tanto um observador contumaz da vida cotidiana quanto um leitor contumaz de jornal impresso, até porque a crônica é um gênero literário tipicamente jornalístico, nele gestado.

Assim, sou um cara que lê jornal sentado na frente de casa, tomando café (sou um gaúcho heterodoxo, quase paulista, desabituado do chimarrão) e observando o passeio público - minha rua é movimentado, dá pra ver muita coisa e muita gente mesmo mantendo o isolamento social. E lendo a Zero Hora de hoje vi, na página 32, na coluna Almanaque Gaúcho de Ricardo Chaves, um texto impagável do jornalista Paulo Sérgio Arisi sobre os 50 anos do falecimento do grande Barão de Itararé, que completar-se-ão (adoro essa forma démodé, acho-a tão classuda) dia 27 de novembro desse ano. Vocês sabem quem foi o Barão de Itararé?

Ele nasceu em Rio Grande, em 1895, embora haja controvérsia à respeito: existe a versão de que foi parido dentro de uma diligência no Uruguay, enquanto seus pais rumavam para sua fazenda em solo gaúcho. Seu nome de batismo era Aparício Torelly e foi um humorista tamanho GG: gênio gaúcho! - assim como o foram Quintana e Sant'Ana (esse, todavia, um autoproclamado "gênio idiota"). Sua biografia é digna de ser conhecida e, por esse motivo, farei uma crônica específica em 27 de novembro. Por hora, quero compartilhar com vocês algumas das históricas frases do genial humorista, que, além de serem atuais, com certeza vocês já as ouviram por aí, embora ignorassem o criador.

Retiro-as do texto de Arisi, na certeza de que, nos tempos atuais, fazer-se crônica a partir de jornal impresso - que pouquíssimos ainda leem -, é garantia de não se estar iluminando o ensolarado. Ei-las, deliciem-se e riam:

As Top 5, atualíssimas:
1 - "Se há um idiota no poder, é porque os que o elegeram estão bem representados".
2 - "Cada povo tem o governo que merece".
3 - "Dize-me com quem andas e eu te direi se vou contigo".
4 - "Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados".
5 - "Esse mundo é redondo, mas está ficando muito chato". Essa é profética, antecipou em 50 anos o neoterraplanismo vigente, eh eh eh eh eh.

Outras, que não poderiam passar em branco:
-  "O que se leva dessa vida é a vida que a gente leva".
- "Os loucos fazem castelos no ar, os paranoicos moram dentro deles e os psicólogos cobram o aluguel".
- "As duas cobras que estão no anel do médico significam que o médico cobra duas vezes. Isto é, se cura, cobra, e se mata, cobra".
- "Viva sempre como se fosse o último dia. Um dia você acerta".
- "Devo tanto que se eu chamar alguém de 'meu bem', o banco toma".
- "O whisky é uma cachaça metida a besta".
- "A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda".
- "De onde menos se espera: daí é que não sai nada".
- "O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro".
- "Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes".
- "Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está".
- "Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra".

PS - Importante esclarecer: Barão de Itararé é um título inexistente, uma galhofa de Torelly usada como um de seus pseudônimos.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 12/07/2021
Alterado em 12/07/2021
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