João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
COVID-19: abril despedaçado na região

Falemos sobre 2021. Comecemos pela notícia menos ruim: em abril tivemos 51 óbitos por Covid-19 na Região Carbonífera contra 112 em março, logo, uma grande redução. Agora a notícia ruim: depois de março, abril foi o segundo pior mês de toda a pandemia na região, superando janeiro, o terceiro pior, onde registramos 31. Ao total, somamos 208 mortes nos primeiros quatro meses de 2021 contra 120 de todo o 2020, ou seja, das 328 vítimas fatais da pandemia na região até aqui, 63% faleceram em 2021.

Desta forma, se temos a comemorar a grande redução de óbitos, não esqueçamos que ainda estamos, mesmo assim, num grande patamar de espalhamento e mortalidade por Covid-19, o maior até agora, ainda registrando quase dois óbitos diários. Um ponto positivo é que a redução de casos fatais pode se dever, principalmente, ao avanço da vacinação nos idosos, o que poderia ser um indicativo de uma redução ainda maior nos próximos meses, conforme a mesma se amplie. Pode. Por outro lado, o que poderá se tornar um complicador será a chegada do inverno, o período sazonal de maior incidência de doenças respiratórias agudas no sul do Brasil. Obremos e oremos pelo melhor, diariamente.

Quanto aos municípios, Charqueadas continua sendo o mais atingido: 34 mortes em março e 18 em abril, sendo que somava 22 ao final de dezembro e chegou a 79 em 30 de abril, ou seja, um acréscimo de 57 óbitos em 2021, 72% do total, o terceiro maior aumento proporcional de óbitos em relação a 2020 dentre as cidades da região. A seguir vem Triunfo, com 23 em março e 17 em abril, 22 ao final dezembro e 71 até o término de abril - acréscimo de 49 (69% do total). Fechando o triângulo da morte na Região Carbonífera, temos São Jerônimo, com 23 em março e 7 em abril (a maior redução verificada nas três cidades mais atingidas em números absolutos), 26 ao final de dezembro e 64 no encerrar de abril - acréscimo de 38 (59%).

Em relação às demais cidades, o quadro é: Butiá - 15 em março e 4 em abril, 23 em 2021 (49% de um total de 47); Arroio dos Ratos - 5 em março e 4 em abril, 13 em 2021 (45% de um total de 29); General Câmara - 3 em março e 4 em abril, 12 em 2021 (60% de um total de 20); Minas do Leão - 7 em março e 1 em abril, 11 em 2021 (92% de um total de 12, o maior aumento proporcional de óbitos em relação a 2020 na região); e Barão do Triunfo - 2 em março e 1 em abril,  5 em 2021 (83% de um total de 6, o segundo maior aumento proporcional de óbitos em relação a 2020 na região). Os 328 óbitos notificados na Região Carbonífera até 30 de abril, se levada em conta a taxa média de letalidade real da Covid-19 no Brasil de 1%, pode corresponder a aproximadamente 33 mil casos, cerca de 21% da população regional.

Eis os números de nosso abril despedaçado pela grande quantidade de vidas perdidas, de dor e sofrimento para muitas famílias. Temos de trabalhar muito ainda para diminui-los. Ficar em casa, observar o distanciamento social, usar máscara e higiene das mãos ainda são medidas essenciais para tal, até a vacinação atingir patamares elevados a fim de eliminar as mortes e o espalhamento, devolvendo-nos à normalidade. Esperemos sinceramente que a entrada do inverno, a retomada das aulas presenciais e a flexibilização de determinadas atividades econômicas, religiosas e culturais não formem uma tempestade perfeita e nos conduzam a uma terceira onda.

Como disse acima, obremos e oremos para isso. Fiquem todos com Deus.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 06/05/2021
Alterado em 07/05/2021
Comentários