João Adolfo Guerreiro
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Maria: 110 anos do Nobel de Química

Maria Salomea Sklodowska nasceu na cidade de Varsóvia em 7 de novembro de 1867, quando a Polônia estava anexada ao Império Russo. A caçula dos cinco filhos de um casal de professores que, devido a sua atuação política nacionalista polaca, teve suas propriedades confiscadas. O pai, que lecionava física e matemática, era ateu, enquanto sua mãe professava fervorosamente a fé católica. Maria puxou os gostos científicos e religiosos do pai, considerando-se agnóstica.

A vida era dura para nacionalistas e mulheres naquela Polônia sob domínio czarista: "A educação para os poloneses não era encorajada e não era permitido às moças da Polônia frequentar as faculdades. Entretanto, Maria não seria detida. Ao terminar o ginásio tomou livros emprestados e procurou aprender Química sozinha. Trabalhando como preceptora e governanta, ela economizou dinheiro suficiente para mandar uma irmã a Paris. Em 1891, conseguiu ir ela mesma" (1). Chegando lá, afrancesou o nome para Marie. Até aqui é a parte da história desta famosa mulher que você não encontra no filme Radioactive, que está disponível na Netflix.

Em Paris, Marie vai estudar na Sorbonne, onde conhece o jovem e conceituado físico Pierre Curie, que vê o grande potencial da genial e geniosa polonesa, então destacando-se no estudo e na pesquisa científica, e lhe oferece parceria em seu laboratório. Ela aceita, mas fala que não vai se tornar amante dele por causa disso; ele jura que não havia cogitado tal hipótese, pois estava focado apenas na ciência. Tudo balela: casam-se e geram duas filhas. Se eu contar mais do que isso estrago a surpresa do filme sobre a grande cientista franco-polaca Marie Curie que, em parceria com o esposo, revolucionou o conhecimento científico e ajudou a mudar o mundo, elaborando a Teoria da Radioatividade.

Mas que ela foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel de Química em 10 de dezembro de 1911, aos 44 anos, por ter descoberto os elementos químicos polônio e rádio, eu posso revelar, pois essa história é por demais conhecida. Claro que ela conseguiu feitos ainda maiores, entretanto eu deixo para vocês descobrirem mais assistindo o filme ou pesquisando no Google.

Na foto acima, em 1911, numa reunião dos maiores cientistas do mundo, está ela, a única mulher num tempo de patriarcalismo e machos alfa, junto a nomes como o matemático e físico Henry Poincaré, o químico e físico Ernest Rutherford e seu amigo Albert Einstein, cujo nome dispensa apresentações. Todavia, Marie foi uma mente brilhante e um ser humano alfa de seu tempo e, enfrentando a opressão feminina de antanho, ocupou o seu espaço e ajudou a mostrar o lugar da mulher num mundo que é, concretamente, quanto à capacidade cognitiva, simétrico entre as pessoas.


(1) - ASIMOV, Isaac. Conquistas da ciência. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, 1964, p. 128. 
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 23/04/2021
Alterado em 23/04/2021
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