Humanos
Uns dias são bons, outros são ruins. Tardes de sol, tardes nubladas. Calorão e friozão x temperatura amena. Às vezes estamos fortes, noutras fracos. Dias de coragem e dias de medo, de tranquilidade e de preocupação. "Dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão, da caridade de quem me detesta".
Tu não precisas fingir uma coragem que não possuis, mas também não há motivo para demonstrar o medo que porventura tenhas. Situações extremas, limite, não são fáceis. É incomum e desestruturante passar por essa pandemia, algo tão maior que todos nós, sem medos. Todo mundo tem. Jule Santos disse que "mostrar força não é o mesmo que não admitir que nós temos medo, mostrar força é comparecer". Ser forte é seguir no rumo apropriado, usando o bom senso, apesar do clima interior.
Todavia, recalque até onde for possível o medo, pois ele se retroalimenta dentro ti e contagia os de sua volta. Guarde teus medos pra ti e apenas para os que te são muy íntimos, mesmo assim apenas para ocasiões especiais. Tu terás como controlá-lo, pelo menos minimamente, quando a situação apertar, não sendo completamente dominado por ele. "Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana". Criatura humana, de Deus.
Assim, passado o perigo e vindo o alívio, usufruindo do sol ameno e da brisa de uma tarde de início de outono, poderás apreciar o lado bom de existir e a sorte de viver nesse plano físico pelo tempo que te cabe. "Todo mundo é parecido quando sente dor, mas nu e só ao meio-dia, só quem está pronto pro amor".
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 07/04/2021
Alterado em 07/04/2021