João Adolfo Guerreiro
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Sábado de Aleluia

Jerusalém, Sábado, 10 de abril de 27 (1)

Todos os acontecimentos de quinta e sexta-feira já se deram: a prisão, o julgamento, a condenação e a crucificação. O Jesus histórico, agora, se encaminha para se tornar o Cristo.

Aquele sábado, para os discípulos e demais primeiros cristãos de Jerusalém, deve ter sido um dia extremamente difícil, doloroso e angustiante O que pensavam? Quais suas dúvidas? Quais seus temores? Quais seus arrependimentos? Que peso tinham sobre suas consciências? Quão perdidos e desamparados se sentiam? O Mestre, o Messias, que entrara triunfalmente aclamado pelo povo no Domingo de Ramos, jazia na sepultura providenciada por José de Arimatéia, após expirar na cruz. Inimaginável entrar na mente daquelas pessoas e saber de seu estado de espírito.

O sepulcro onde colocaram Jesus, fechado com uma grande pedra, estava vigiado por uma guarda romana, a pedido de Caifás, do Sinédrio e dos fariseus, pois estes pediram tal ação a Pilatos por medo de que os discípulos de Jesus resgatassem seu corpo e fingissem a ressurreição por ele anunciada em vida. Sem saber, com essa atitude, validariam ainda mais o milagre.

O Sábado de Aleluia é, portanto, assim como o Domingo de Ramos, um dia de esperança, embora turvado pela dúvida e pela incerteza que fragiliza a fé nos momentos limites, extremos. Cultivemos a fé hoje, assim como os primeiros cristãos tiveram de fazer naquele Shabat de Páscoa judaica. Temos de reconhecer que, sabedores do desfecho, estamos em condições bem melhores que eles para tal.


(1) - Datação conforme Juanribe Pagliarin no livro Jesus - A vida completa (São Paulo: Bless Press Editora, 2015). Imagem: James Tissot (1836 - 1902).

João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 03/04/2021
Alterado em 28/03/2024
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