Crônica de Carnaval sem Carnaval
Quem diria que teríamos um ano sem Carnaval no país do Carnaval? A maior festa popular do país e um dos mais belos eventos culturais do planeta, cartão de apresentação do Brasil no mundo. Abatido pela pandemia. Tempo único que ficará para a posteridade.
Em termos de geração de emprego e renda via turismo interno e externo é um baita prejuízo a paralização da "indústria do Carnaval": em 2018, ela movimentou cerca de 6,25 bilhões de reais e gerou em torno de 20 mil empregos, fazendo circular aproximadamente 11 milhões de turistas - dentre eles, 400 mil estrangeiros. Como mobiliza diretamente as economias locais, é um baque daqueles. Assim, o "Maior Espetáculo da Terra", além de ser bom, é útil e rentável. Penso como o grande compositor baiano Dorival Caymmi: "Quem não gosta de samba, bom sujeito não é, ou é ruim da cabeça, ou doente do pé Eu nasci com o samba, no samba me criei, e do danado do samba, nunca me separei O samba da minha terra deixa a gente mole, quando se dança todo mundo bole". Todavia, a vida humana é a prioridade absoluta e estão certas as autoridades ao optarem pelo cancelamento.
Ah, que falta farão esses quatro dias de descanso e folia nesse fevereiro de 28 dias! Fiz o título dessa crônica com 28 letras como homenagem. Até quem não gosta de Carnaval curte esse feriadão e, dessa forma, indiretamente é a favor dele, mesmo sendo contra. Tudo é festa! Como cantou o carioca Jorge Benjor: "É fevereiro, tem Carnaval, tenho um fusca e um violão, sou..." Grêmio e tenho uma morena chamada Teresinha.
Mas "não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar". Em 2022, quiçá, teremos de novo Carnaval por todo o país. Até lá, um bom feriado de Carnaval sem feriado e sem Carnaval para vocês todos.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 12/02/2021
Alterado em 12/02/2021