Vacina, presente de aniversário

Domingo, dia 17 de janeiro, Pedro Noé fez 76 anos. Sempre diz: "Se eu morrer antes dos 90, vou sob protesto". Perto de uns que chegam aí a mais de 100 com os dentes na boca, sorrindo e andando, até que ele é modesto quanto a suas expectativas de longevidade. Todavia, o fato é que Pedro Noé gosta de viver e, para isso, cuida-se bastante.

Diabético desde 1980, frequenta regularmente o médico e toma todos os remédios receitados rigorosamente. Em 1983 começou a caminhar duas vezes ao dia, somando cerca de duas a três horas diárias, por recomendação médica após sobreviver a uma embolia pulmonar. "Só não corro porque o pulmão não deixa". É mineiro aposentado por motivo de saúde, justamente a deficiência pulmonar. Toma também medicamentos devido a sua condição cardíaca.

Por isso tudo, vê-se que Pedro Noé é um integrante dos grupos de risco da pandemia que atravessamos. Mesmo assim, mantém sua rotina de caminhadas e cuidados com a saúde. Usa máscara e disse que irá se vacinar tão logo chegue a sua vez. Assim, recebeu como um presente de aniversário a notícia da liberação das vacinas pela Anvisa no domingo passado e a imunização de duas enfermeiras em São Paulo, as primeiras pessoas no Brasil a serem vacinadas contra a Covid-19.

Após vacinado, pretende retomar a normalidade possível para sua vida. Pelas suas contas, estará vivo em 2035 para ver os 15 anos do seu neto - com ele na rede na foto acima - e, com certeza, ir com o garoto na Arena acompanhar jogos do Grêmio. Isso se, aos 90, não rever suas expectativas e achar que ainda tem pernas e fôlego para chegar aos 100 em 17 de janeiro de 2045 e soprar as velhinhas. Gosto pela vida e rigor nos cuidados com a saúde, é certo, não lhe faltarão para tal.