João Adolfo Guerreiro
Descobrindo a verdade/ sem medo de viver/ A liberdade de escolha/ é a fé que faz crescer.
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Textos
Estão vendo o eclipse?

Eu estou aqui em casa, agora, sentado na rua. Usando os óculos escuros, essa maravilha da ciência e da tecnologia óptica. Ainda bem, pois passarinho passou por aqui agora mesmo e bombardeou o teclado no notebook, amarelando-o: que nojo. Se fosse no meu rosto, o óculos protegeria duas vezes os olhos: dos raios do Astro Rei e da "bazuca anal"  - lembram do Mamonas Assassinas? - do pequeno ser alado.

"Porque Vórtex, o nosso amigo sol, há muito virou lua" - pensei agora na canção dos Replicantes, O Futuro é Vórtex. Pois o sol parece uma lua crescente, nesse exato momento, exatamente como mostra a foto do Claudinho Costa, fotógrafo aqui de Charqueadas, acima. Consigo visualizá-lo entre as nuvens, o olho ofusca um pouco, mas depois firma. Legal, né? Tô achando muito tri. Os antigos se assustavam com o fenômeno que a ciência hoje nos coloca - se assim se pode dizer, tal a magnitude que um eclipse solar representa - como banal aqui no Sistema Solar. Lá na China, se não me engano, as pessoas achavam que um dragão estava comendo o sol, roubando sua luz, coisa assim, oravam para espantar o mau espírito, o que, na crença deles, sempre funcionava e era prova do poder dos deuses. Ah, o misticismo, sempre explicando o inexplicável. Funciona. A gente achava que a atmosfera de Vênus era amorosa, que Marte era habitada por homens verdes e que Saturno possuía anéis. A ciência e a tecnologia desmistificaram tudo isso. Funciona, também. Mais.

Acho que quando o Marcos publicar no Portal esse texto a pergunta a se fazer será "vocês viram o eclipse?". Entretanto, estou escrevendo agora, vou deixar no título a pergunta no presente. O passarinho cagão, assim como meus cães e gatos, não devem estar ligados no eclipse. No temporal de ontem, sim. Temporal é mais perceptível, os fenômenos astronômicos são distantes, próprios para misticismos, ficções e poesias. E nós, por esses dias, estamos mais preocupados com coisas infinitamente - palavra adequada para essa crônica - menores do que o sol e a lua em interação: com o coronavírus. Ao contrário do dragão comedor de luz chinês, o pequeno vírus é concretamente mortal e, para ele, a ciência, mais do que uma explicação, está oferecendo remédio: a vacina. Uma delas, inclusive, é chinesa - o dragão científico comedor de vírus -, motivo de discórdia - Deus, proteja-nos do eclipse que é a ignorância egoísta - entre o governador paulista e o presidente.

Estão vendo, viram o eclipse? Viva a natureza, a vida e a ciência.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 14/12/2020
Alterado em 16/12/2020
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