João Adolfo Guerreiro
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Textos
John Lennon, 40 anos depois

Muita gente deve escrever sobre isso hoje e eu serei mais um nesse coro de letras. Em 8 de dezembro de 1980 um assassino matou a tiros o ex-beatle John Lennon, em New York, USA. Encerrava ali a vida de um dos mais expressivos artistas do século XX, um músico popular cuja obra teve um impacto tal na cultura do Ocidente que certamente irá reverberar e ser mencionada pelos séculos vindouros.

Lennon e os Beatles foram gigantescos. Ele chegou a dizer, ironicamente, que eram mais populares que Jesus Cristo, isso no auge do que se chamou "beatlemania". A petulância do exagero apenas dá a dimensão da real representatividade do grupo de rock britânico nos anos 1960. Na década de 1970 e início da 1980, com os Beatles já findos, ainda podia se sentir no cotidiano a importância e onipresença deles na cultura pop. Eram o top top, o number one. O assassinato de John teve uma enorme repercussão, assim como a morte de Elvis em 1977. Recordo como se fosse hoje.

Lennon era o beatle cujo trabalho solo eu mais apreciava. Jealous Guy, Mother, Imagine (1), Stand by Me, Power to the People, Give Peace a Chance, Happy Xmas (War is Over), Instant Karma, Starting Over e Woman são canções as quais gosto muito. Poderia citar outras, mas fiquemos com essas, meu top ten Lennon. As dos Beatles nem vou mencionar, são tantas, tão referenciais, tão parte da vida das pessoas de minha geração, todo mundo sabe delas e do que significam, nem preciso teclar sobre isso. Aliás, é fácil e é difícil escrever sobre uma pessoa da qual se sabe tanto, tão contemporânea e tão presente em nossas vidas. O que dizer? Centrar em qual aspecto? Sei lá, vamos continuar e ver o que mais sai.

John era tão jovem em 1980. Havia completado 40 anos três meses antes; teria 80 se fosse vivo. O que estaria fazendo? Seria um velho roqueiro aposentado? Ou estaria na ativa, como Paul McCartney? De qualquer forma, seria ainda uma lenda, só que viva. O fato é que o assassino tirou muito dele, 40 anos na vida de uma pessoa é muita coisa, bah. Talvez o artista não repetisse seus pontos altos artísticos nos Beatles e solo, mas teria feito muita coisa no período e estaria com certeza envolvido positivamente nas questões de nosso tempo, homem ativo e politizado que foi. E esse era um aspecto que eu admirava nele e que se tornou exemplar para mim e para milhões: seu engajamento. Pregava a paz e o amor, foi um ativista contra a guerra, a favor da vida e da coexistência pacífica entre os seres humanos.

Isso, achei: o engajamento e a atitude de John Lennon, aliados a representatividade de sua música, era algo que me contagiava e motivava. Queria essas coisas para a minha vida e Lennon foi uma das grandes influências para isso, ao lado de outras personalidades das artes, das ciências e da política. E por aqui paro. Queria só mesmo registar a data com uma crônica.

Lennon, assim como muitos outros que não vieram a passeio por esse mundo, ainda vive e inspira, por seu legado.



(1) - O título e a letra de Imagine (1971) é insirada no livro Grapefruit (1964), de Yoko Ono, que teve em sua segunda edição (1970) uma introdução de Lennon. Ono é, portanto, co-autora da canção.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 08/12/2020
Alterado em 09/12/2020
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