200 dias de luto no Brasil
Domingo marcou os 200 dias da primeira morte de um brasileiro por Covid-19 no Brasil. Foi uma mulher de 57 anos, em São Paulo. Logo, são 200 dias de luto em nosso país.
Inicialmente, o primeiro caso fatal no Brasil era computado como sendo o de um paulista de 62 anos, diabético e hipertenso, em 16 de março, mas a informação foi corrigida pelo Ministério da Saúde em 28 de junho. De lá para cá, ocorreram mais 142.000 óbitos, ou seja, como se fossem vitamadas fatalmente 710 pessoas a cada um desses 200 dias. Somos um mau exemplo para o mundo, fato.
Pois vejam que, embora sejamos apenas quase 3% da população mundial, somamos 14% dos pouco mais de um milhão de óbitos por Covid-19 no planeta. Em números absolutos, somos hoje medalha de prata da desgraça, vice-campeões do horror, segundo lugar em péssimo exemplo a não ser seguido por país nenhum no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que soma 205 mil mortos. Não por acaso o presidente americano e o brasileiro minimizaram a pandemia em seu início e suas políticas de combate a mesma, mais do que ineficientes, se tornaram agravantes do problema. Foi tanta ineficiência, desserviço, trapalhada e declaração inoportuna que nem cabe aqui relatar. Judiciário, legislativos, governadores e prefeitos foram os salvadores da pátria, evitando uma tragédia humanitária de proporções gigantescas no Brasil ao adotarem medidas de isolamento e distanciamento social, contrariando a vontade de nosso inacreditável Governo Federal.
O que podemos fazer agora, além de lamentar profundamente essas centenas de milhares de vidas perdidas, expressando nosso luto? Dizer que devemos permanecer firmes com os cuidados de isolamento social, distanciamento social, uso de máscara e protocolos de higiene ao sair para a rua, ao entrar em nossas residências e mesmo dentro de casa, quando for necessário. Hoje, só assim podemos reduzir essa contabilidade maldita, expressa na charge de Tonho Oliveira na imagem acima.
Que nos próximos duzentos dias aprendamos com nossos erros e acertos e façamos uma outra história, colocando a vida humana como prioridade absoluta.
João Adolfo Guerreiro
Enviado por João Adolfo Guerreiro em 28/09/2020
Alterado em 28/09/2020